Liberdade e literatura: percursos que se cruzam em Les chemins de la liberté, de Jean-Paul Sartre

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Abrahão, Thiago Henrique de Camargo [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/180954
Resumo: Ao longo da primeira metade do século XX, a humanidade assistiu à derrocada traumática da razão. Muitas das utopias modernas, pautadas nos ideais de progresso técnico e tecnológico, resultaram em reais distopias com a ascensão, na Europa e em outros continentes, de regimes ideológicos totalitários. Aos poucos, o desvanecimento dos últimos resquícios de uma belle époque deu espaço a uma crise moral que perturbou as fronteiras da liberdade — e os limites da arte, o que levou artistas e intelectuais, dentre os quais Jean-Paul Sartre (1905–1980), a repensarem o seu papel na sociedade. Na produção romanesca de Sartre, encontramos a trilogia Les chemins de la liberté (1945–1949), ao longo da qual acompanhamos os eventos da Segunda Guerra Mundial a partir da consciência de personagens que discutem a liberdade em face de sua situação no mundo. Paradigmática para a literatura engajada, a trilogia sartriana apresenta muitos dos aspectos formais defendidos por Sartre em seus textos teórico-críticos: contextualizando a narrativa ao longo da guerra, a ideia de “liberdade” se encontra nos elementos composicionais das histórias e nos dilemas das personagens, livres da onisciência narratorial — o que requisita o leitor para a criação de hipóteses a respeito do que pensam (a partir de como agem) as consciências semilúcidas que interagem no universo romanesco criado por Sartre. Notamos, pois, uma relação entre a liberdade e a literatura (e a sua recíproca influência), relação que objetivamos investigar a partir dos textos filosóficos, políticos e literários do autor, para, então, evidenciarmos como e por que o pensamento sartriano e a sua produção romanesca influenciaram e foram influenciados pela liberdade (ou, antes, por sua falta).