Definições fugidias: o processo metalinguístico como base do universo criativo de Milan Kundera

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Bin, Rafael Gallina [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/210927
Resumo: No século XX, a linguagem encontra um gênero para enunciar a sua própria complexidade. O discurso metalinguístico faz sua ascensão com a virada linguística promovida pelo Curso de Linguística Geral, de Ferdinand de Saussure, e chega ao campo literário como uma das principais características da literatura contemporânea. O presente trabalho toma por objeto a reflexão metalinguística aplicada à literatura de Milan Kundera (1929-), escritor nascido na Tchecoslováquia que, dada a ocupação russa de seu país, exilou-se em Paris em 1975 e regressou à pátria em 2019, ano em que reconquistou sua nacionalidade tcheca. Romancista e ensaísta, Kundera enquadra-se na categoria dos críticos-criadores, de sorte que a seleção do corpus acolhe os apontamentos feitos nos quatro volumes de ensaio – A arte do romance; Os testamentos traídos; A cortina ; e Um encontro, a fim de localizar em seu discurso sua maneira própria de pensar o romance, assim como visa a estabelecer o lugar que a metalinguagem ocupa em sua concepção da arte narrativa. Acompanhando o fio de suas ideias, o presente estudo fundamenta-as na teoria literária, a fim de construir, a partir dos apontamentos do escritor, um operador de leitura: o processo de metalinguagem como busca por definições fugidias que constituem o alicerce de toda construção romanesca. Em seguida, toma-se a obra A ignorância, escrita por Kundera e publicada em 2003 para demonstrar como sua concepção romanesca se converte na sua prática ficcional e como a metalinguagem se desdobra em operações que estruturam a obra analisada. Nesse sentido, a fundamentação teórica sobre metalinguagem conta com expoentes do estruturalismo e semiótica, tais como Roman Jakobson (2007); Roland Barhtes (1987; 2001; 2011) e Algirdas Julien Greimas (2008). Paga-se um tributo à teoria dos códigos de Umberto Eco (2012; 1991). No que tange à fortuna crítica de Milan Kundera, os referenciais teóricos foram, sobretudo, François Ricard (2003; 2016), Martine Boyer-Weinmann (2009) e Kvetoslav Chvatik (1995).