Índice de mercado para o agronegócio brasileiro: proposta de uma carteira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Zanetti, Jorge Felipe Gonçalves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/183619
Resumo: Propor um índice de mercado para o agronegócio brasileiro, a partir da proposta de uma carteira de mercado que reflita o setor do agronegócio brasileiro e sirva como parâmetro para análise de investimento nos principais ramos de atividades agropecuárias. A hipótese que norteou esse estudo é que o Ibovespa, enquanto proxy para uma carteira de mercado, não reflete adequadamente o risco sistemático para análise de investimentos no agronegócio. Desta forma, o índice proposto deriva da criação de uma carteira de mercado para o setor do agronegócio, sendo está calculada com base nas principais culturas agropecuárias que compõem o Valor Bruto de Produção (VBP) do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). As culturas selecionadas foram: soja, bovinos, cana-de-açúcar, frango, milho, leite, café, algodão herbáceo, suínos, laranja, banana, arroz, tomate, batata, uva, trigo e maçã. A composição da carteira foi embasada na participação individual no VBP e teve sua série histórica computada a partir de dados mensais de 2012 a 2018. Os preços das culturas foram extraídos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) e da União Nacional da Bioenergia (UDOP). Adicionalmente, foi criada uma carteira, a partir das ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo [B³] que estão inseridas nas cadeias do agronegócio, como forma de avaliar se essa carteira com ativos financeiros negociados no mercado poderia ser eficiente para representar o risco sistemático do mercado agropecuário. Obteve-se os dados dessas empresas no Sistema Economática®. O método empregado para analisar a eficiência das carteiras construídas foi a análise de regressão com heteroscedasticidade corrigida pelo software Gretl®, sendo respeitadas as premissas de estacionariedade e ausência de autocorrelação. Os resultados alcançados possibilitaram concluir que o Ibovespa explica de maneira satisfatória os retornos obtidos pelas empresas do agronegócio listadas na B³, mas não é significante quando tange os retornos dos preços das culturas agropecuárias. Desta maneira, outras carteiras de mercado podem ser utilizadas, buscando uma maior relação com os retornos das culturas agropecuárias. Sugeriu-se uma carteira composta pelos ativos: algodão, arroz, batata, café, cana-de-açúcar, laranja, milho, soja, tomate, trigo, uva, maçã, boi gordo, suínos e leite, como uma carteira de mercado que explique melhor os retornos das culturas agropecuárias. O trabalho tem como principal contribuição apresentar uma carteira de mercado que pode ser utilizada para expressar o risco sistemático para culturas agropecuárias. Foi possível determinar o beta de cada cultura e estimar para o período proposto o retorno requerido para investimentos para cada cultura. Desta forma, produtores e administradores rurais, bem como empresas com investimentos em tecnologias para as atividades agropecuárias podem utilizar esses parâmetros para estimar o retorno requeridos aos seus investimentos, salvaguardado as limitações apontadas nesse estudo. Essa pesquisa conseguiu propor um índice para o mercado agropecuário brasileiro mais amplo que os índices existentes e que se mostrou eficiente para mais de 80% das culturas analisadas. Não obstante, verificou-se que o uso do Ibovespa como proxy para o risco sistemático aplicado aos investimentos agropecuários pode trazer resultados que não aderentes ao setor. Por outro lado, a ausência de disponibilidade de dados relativo ao preço de todo o portfólio agropecuário do Brasil, bem como a frequência limitada a dados mensais impõe restrições no uso do índice proposto. Além disso, a temporalidade das informações usadas nesse estudo limita o alcance dos resultados estáticos aqui apresentados para períodos futuros sem a devida atualização. Apesar de existirem índices para o mercado agropecuário, não há um índice com maior abrangência a todo o portfólio agropecuário no Brasil, como o proposto nesse estudo. Não obstante, o beta, enquanto, medida de risco sistemático é tradicionalmente utilizado para ativos financeiros, sendo aplicado nesse estudo para determinar o risco sistemático de cada produto agropecuário.