Suplementação do meio de transporte com antioxidantes e moduladores de AMP cíclico como estratégia para melhorar a qualidade de oócitos bovinos destinados à produção in vitro de embriões

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Ambrogi, Marcela [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/142002
Resumo: O objetivo desse estudo foi avaliar os efeitos da suplementação do meio com diferentes fontes de macromoléculas, com bloqueadores da meiose e com antioxidantes durante o transporte de oócitos bovinos por 6 horas sobre: 1) progressão da maturação nuclear; 2) maturação citoplasmática e 3) competência no desenvolvimento e criotolerância dos embriões produzidos. Para tanto, o meio de transporte de oócitos foi suplementado com bloqueadores da meiose (forscolina e IBMX; Experimento 1) ou com diferentes tipos de macromoléculas (SFB ou BSA; Experimento 2), sendo que estes tratamentos ainda receberam ou não a suplementação com antioxidantes (mistura de cisteína, cisteamina e catalase). Os oócitos foram incubados em incubadora portátil (Minitub®) para simulação de transporte. Posteriormente, foram submetidos à maturação in vitro (MIV) em incubadora a 5% de CO2 em ar até completar 24h e, em seguida, foram fecundados e os prováveis zigotos foram cultivados in vitro durante 7 dias. Foi feito um grupo controle adicional no experimento I: MIV em incubadora com 10% de SFB por 24h. No experimento II foram feitos dois grupos controle adicionais MIV em incubadora com 10% de SFB por 24h sem e com antioxidantes (cisteína, cisteamina e catalase). Nos experimentos 1 e 2 foi avaliada a cinética da maturação nuclear e a maturação citoplasmática (através do posicionamento de mitocôndrias, do potencial de membrana mitocondrial e do conteúdo intracelular de espécies reativas do oxigênio) após o transporte e após a MIV. Avaliou-se a taxa de clivagem (48 hpi) e de desenvolvimento embrionário até a fase de blastocistos (168 hpi) e re-expansão após 24 horas de re-cultivo. No experimento 1, a taxa de oócitos em GV foi maior nos oócitos (P<0,05) do grupo Transporte com bloqueador (37,9%) e menor no grupo Transporte sem bloqueador (10,1%), ambos estes grupos difeririam do grupo Controle (20,0%). Enquanto a taxa de GVBD foi maior (P<0,05) no grupo Transporte sem bloqueador (82,8%) e menor nos grupos Controle (77,0%) e Transporte com bloqueador (62,0%). Nos oócitos dos grupos tratados com antioxidantes, após 6h de transporte, a concentração intracelular de ROS foi maior (P<0,05) no grupo Transporte sem antioxidantes (1,5) e menor nos grupos Controle (1,0) e Transporte com antioxidantes (1,1). Com relação ao tratamento com bloqueadores, a contração de ROS foi maior (P<0,05) nos oócitos do grupo Transporte sem bloqueador (1,5) e menor nos grupos Controle (1,0) e Transporte com bloqueador (1,2). Após 24 horas de MIV houve interação entre os tratamentos (bloqueadores+antioxidantes), sendo que os oócitos dos grupos Transporte Pré-MIV com antioxidantes (1,0) e Controle (1,0) apresentaram a maior concentração de ROS (P<0,05), enquanto que os grupos Transporte controle (0,6) e Transporte Pré-MIV sem antioxidantes (0,5) exibiram as menores concentrações de ROS. Com relação ao potencial de membrana de mitocondrial (PMM), houve interação entre os tratamentos quando os oócitos foram valiados após 6 e 24 horas. Após 6 horas Transporte Pré-MIV sem antioxidantes (1,00) e Controle (0,9±0,08) apresentaram o maior PMM, que diferiu (P<0,05) dos grupos Transporte Pré-MIV com antioxidantes (0,6) e Transporte controle (0,6). Após 24 horas, os grupos Controle (1,00) e Transporte Pré-MIVcom antioxidantes (0,8) apresentaram o maior PMM, e diferiram (P<0,05) dos demais grupos (0,5-0,6). No experimento 2, a taxa de oócitos em GVBD foi maior (P<0,05) no grupo Transporte SFB (86,8%) e menor em Controle (77,0%), ambos os grupos foram semelhantes a Transporte BSA (82,8%). Nos oócitos dos grupos tratados com antioxidantes após 6 horas as concentrações de ROS foi maior (P<0,05) no grupo Transporte sem antioxidantes (1,6) e menor nos grupos Controle sem antioxidantes (1,0), Controle com antioxidantes (1,1) e Transporte com antioxidantes (1,2) e após a MIV foi maior no controle (1,0) diferindo (P<0,05) dos demais grupos (0,5-0,7). Com relação ao PMM, após 6 horas de transporte houve interação entre os tratamentos (macromoléculas+antioxidantes), o grupo Controle (1,0) apresentou maior (P<0,05) PMM, e nos grupos Controle com antioxidantes (0,6), Transporte SFB com antioxidantes (0,6) e Transporte BSA (0,6) foi observado menor PMM. Após 24 horas não foi verificado interação entre os tratamentos, nos oócitos tratados com antioxidantes, o grupo Controle (1,0) mostrou maior (P<0,05) PMM, os grupos Transporte sem antioxidantes (0,4) e Transporte com antioxidantes (0,5) apresentaram menor PMM. A adição de bloqueadores da meiose (IBMX associado à forscolina) ao meio de transporte de oócitos bovinos permite um transporte adequado por 6h, preservando a qualidade e integridade dos oócitos e permitindo uma produção embrionária semelhante à obtida in vitro a partir de oócitos que não foram submetidos ao transporte.