Avaliação dos efeitos de dietas enriquecidas com frutos das espécies Theobroma grandiflorum e Musa spp AAA em diferentes modelos de inflamação intestinal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Chagas, Alexandre da Silveira [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
DSS
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/150374
Resumo: A Doença Inflamatória Intestinal (DII) é uma doença com etiologia desconhecida e sem terapêutica curativa disponível, englobando, fundamentalmente, duas doenças distintas: a Doença de Crohn (DC) e a Retocolite Ulcerativa (RCU), ambas caracterizadas por uma inflamação crônica do intestino, com períodos de exacerbação seguidos de intervalos prolongados com remissão dos sintomas, cujo tratamento com os fármacos disponíveis apresentam sérios efeitos colaterais. Portanto, o desenvolvimento de novas estratégias de tratamento que combinem eficácia e segurança é uma importante meta na terapia da DII. Produtos de origem natural, especialmente oriundos de fontes vegetais com propriedades de modificar a microbiota intestinal têm sido amplamente estudados como agentes preventivos e/ou curativo destas doenças, visto que a manipulação da microbiota intestinal tem se mostrado como uma estratégia importante na manutenção da homeostase colônica. Neste contexto, muitos frutos de origem tropical, com ampla utilização pela população e ricos em fibras e/ou componentes que ativos como antioxidantes e/ou anti-inflamatórios podem representar uma nova estratégia complementar para a prevenção ou cura da DII. Dentre eles se destacam os frutos das espécies Theobroma grandiflorum (cupuaçu) e Musa spp AAA (banana nanica), ricos em fibras alimentares e compostos fenólicos, os quais são potencialmente benéficos no tratamento e prevenção da DII. O objetivo do presente trabalho foi avaliar os efeitos de uma dieta enriquecida com polpa de cupuaçu a 5 e 10% no modelo de inflamação intestinal induzido por TNBS em ratos, e os efeitos de uma dieta enriquecida com farinha de banana nanica verde a 10% e sua associação com Bifidobacterium breve no modelo de inflamação intestinal induzida por DSS em camundongos. A dieta enriquecida com polpa de cupuaçu a 5% foi capaz de evitar a depleção do antioxidante endógeno glutationa, e a dieta enriquecida com polpa de cupuaçu a 10% diminuiu a atividade das enzimas mieloperoxidase e fosfatase alcalina, e também diminuiu os níveis das citocinas pró-inflamatórias IL-1β e IL-6, as dietas enriquecidas com polpa de cupuaçu foram capazes também de manter a citoarquitetura intestinal e a secreção de muco no lúmen intestinal. Já a dieta enriquecida com farinha de banana nanica verde à 10% associada com o probiótico B.breve foi capaz de aumentar a expressão relativa colônica de ZO-1 e MUC-1 e da citocina anti-inflamatória TGF-β e aumentar a expressão relativa de MMP-9, além de diminuir a expressão relativa, em fezes, do gênero Clostridium. O probiótico B.breve isolado foi capaz de aumentar a expressão relativa de ZO-1 e a dieta enriquecida com farinha de banana nanica verde a 10% isolada foi capaz de aumentar a expressão relativa colônica de MMP-9 e ICAM-1 e diminuir a expressão relativa fecal do gênero Clostridium. A dieta enriquecida com polpa de cupuaçu é potencialmente útil como produto complementar ao tratamento da DII em humanos, devido aos seus resultados apresentados no modelo de inflamação intestinal induzido por TNBS em ratos. Já a dieta enriquecida com farinha de banana verde se mostrou útil como produto complementar ao tratamento da DII em humanos associada ao probiótico B.breve, devido aos resultados apresentados na inflamação intestinal induzida por DSS em camundongos.