Treinamento resistido e pré-condicionamento isquêmico (IPC): perfil das respostas fisiológicas e modelagem da demanda energética

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Oliveira, Thiago Pires de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/242567
Resumo: INTRODUÇÃO: O pré condicionamento isquêmico (IPC) é um método não invasivo, seguro e de fácil aplicação capaz de promover um efeito ergogênico em diferentes esportes (natação, ciclismo e corrida) além de produzir melhora da função neuromuscular em grupamentos musculares isolados. OBJETIVOS: A proposta deste estudo foi conduzir 2 estudos onde: O primeiro estudo (estudo 1) tem como objetivo uma meta-análise sobre o efeito da manobra IPC perante o número de repetições em exercícios resistidos. O segundo (estudo 2) foi comparar o gasto energético (GE) mediante a três modelos de quantificação energética distintos, sobre três formas de treinamento resistido (TR) realizados até a falha muscular: 70% de 1RM (TR70%) vs 70% de 1RM precedido por IPC (TRIPC) vs 35% de 1RM (TR35%), além de analisar como o protocolo de TRIPC se compara frente as outras duas formas de treinamento (TR70%; TR35%) em relação a demanda energética. METODOLOGIA: Estudo 1: nossa pergunta PICO: P = Healthy Volunteer/Healthy Participants 18-45 years, I = Remote schemic Pre-Conditioning/Limb ischemic conditioning. C = Control/Sham vs Ischemic Pre-Conditioning, O = Muscle Strength/Dynamometer, Muscle Strength. Nossa busca foi realizada em três bases de dados (PUBMED, VHL, SciELO). Para o estudo 2: foram analisados quatro homens (23,0 ±1,4 anos), 1,80 ±0,15 m, peso 94,2 ±19,8 kg, 6,4 ±1,1 anos de treino, 23,8 ±5,9% de gordura corporal). Cada um dos três modelos de quantificação do gasto energético (indireto), foi quantificado pela reposta do oxigênio (O2) durante as series e intervalo entre series e aparelhos e pela variação da concentração de lactato sanguíneo, onde o modelo 1 é a soma da demanda energética por meio do O2 da atividade e do intervalo entre series e aparelhos, o modelo 2 é O2 das séries e intervalos entre aparelho além da variação do delta de lactato (Δ [La-] (mmolxL-1)), e o modelo 3 é O2 apenas das séries, o Δ [La-] (mmolxL-1), além de um ajuste monoexponencial da curva de recuperação do O2 (EqO2fast). RESULTADOS: Estudo 1: foram encontrados 372 estudos no qual 7 estudos envolvendo 127 participantes foram inclusos nesta meta-analise pois atenderam os critérios de inclusão pré estabelecidos. Em uma comparação mais ampla (IPC vs. Placebo; Controle; Aquecimento leve; Alongamento e Aeróbio leve) o IPC foi superior (p<0,05) frente as todas as condições (SMD: 3,02; (IC 95%: 2,23; 3,81) com uma heterogeneidade de I2= 93%; p <0,01. Em uma primeira análise de subgrupo entre IPC vs. placebo/sham (~20 mmHg) o PCI foi superior (SMD: 0,82, (IC: 95%: 0,48; 1,15) apresentando uma heterogeneidade de I2= 62%; p < 0,01, e na segunda analise IPC vs. controle (SMD: 3,50, (IC: 95%: 1,87; 5,13) com I2= 92%; p<0,01. Estudo 2: Para as variáveis de desempenho VO2pico (mlxmin-1) e Δ [La-] (mmolxL-1) não apresentaram diferença entre os TRs (p>0,05), as variáveis tempo de execução da série em segundos (TON) (326,7±96,2s), e tempo total (TON + intervalo entre as 3 series) (596±115,07s) foi superior para o exercício 2 do TR35% em comparação a seus respectivos exercícios e TR70% e TRIPC (p<0,05). Os equivalentes metabólicos lático (EqLAC) e fosfagênio pelo ajuste rápido de recuperação do O2 (EqFAST) não apresentaram diferença (p>0,05), enquanto os equivalentes de O2 para a série (EQO2ON) foi superior aos exercícios 1 (38,7±4,9) e 2 (78,5±15,4) do TR35% em comparação TR70% e TRIPC (p<0,05). Quando os dados são expressos em valores absolutos (kJ) para perante os exercícios o TR35% apresenta-se com superior (p<0,05) em comparação aos TR70% e TRIPC, contudo quando os mesmos dados são relativizados pelo tempo de execução da série (kJ/Kg/TON) e o tempo total dos aparelhos (kJ/Kg/Ttotal) o TR70% e TRIPC são semelhantes (p>0,05) porem superiores ao TR35% (p<0,05). CONCLUSÃO: Baseado nestes achados o IPC se revela como uma estratégia de fácil aplicação e muito efetiva para aumentar o endurance muscular mediante ao número de repetições em exercícios resistidos. No entanto o IPC parece não ser superior frente a demanda energética e metabólica. Com relação aos modelos (1, 2 e 3), a diferença da contribuição energética existentes entre os valores calóricos é diretamente influenciada pelo tipo de modelo utilizado para o cálculo do gasto energético.