Escola sem partido: origem e modus operandi de um movimento liberal-conservador e desdobramentos para os conteúdos de sociologia e história

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Offerni, Rodrigo Leonardo [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/193306
Resumo: A dissertação teve como objeto o movimento Escola sem Partido (EsP) no contexto de 2004 a 2016. Com o objetivo de verificar a origem, filiação ideológica e modus operandi do EsP, procedeu-se a uma pesquisa qualitativa, por meio da análise dialética e crítica de documentos primários – o site do movimento, entrevistas concedidas por seu fundador, o projeto de lei do EsP, a notificação extrajudicial enviada a docentes e o capítulo de um livro indicado no site do movimento. A pesquisa divide-se em quatro partes. Na primeira, aborda-se a fundação e estruturação do website do EsP, à luz de obras de FRIGOTO (2000, 2017, 2019) e APPLE (2003). Na segunda, à luz de elementos da Teoria Crítica (ADORNO; HORKHEIMER, 1985), focalizam-se os projetos de lei, as inserções midiáticas do EsP e a estratégias de lawfare. Na terceira, procede-se à apreciação crítica e à refutação da notificação extrajudicial do EsP, usada como forma de perseguição a docentes. Na quarta, o capítulo “Comunistas” de um dos livros indicados na “biblioteca politicamente incorreta” do EsP é interpretado à luz das categorias ligadas ao revisionismo, extraídas de HABERMAS (1989) e CALIL, MELO, SENA JÚNIOR, TRAVERSO (2017). Os resultados da pesquisa revelam que, embora se apresente como neutro na disputa que trava pelo controle das ações docentes, dos conteúdos e dos materiais didáticos, o EsP organiza-se como um movimento social conservador (VIANA, 2016), favorável a um projeto privativista de educação, cujas práticas e publicações visam deslegitimar saberes e pedagogias consolidadas e produzir sentidos favoráveis a ideias neoliberais na economia e conservadoras na moral, escamoteando o caráter autoritário das ações e valores que defende.