Barreira química para a dispersão da ictiofauna: uma análise do rio Tietê e seus tributários

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Urbanski, Bruna Quirici
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/254361
Resumo: Ao longo do tempo, barreiras artificiais para a dispersão das espécies surgiram como consequência do crescimento populacional e do desenvolvimento econômico da sociedade. No caso dos ambientes aquáticos, sabe-se que diferentes tipos de distúrbios antrópicos podem influenciar nesse processo, sendo a poluição um importante fator modificador da estruturação da biota regional, principalmente da ictiofauna. A bacia do rio Tietê, que possui um longo histórico de degradação ambiental, apresenta, em seu trecho médio, ambientes contrastantes em termos de qualidade de água. Contudo, estes sistemas fluviais estão amplamente interligados, sem quaisquer barreiras físicas naturais ou artificiais que possam interferir na livre circulação dos organismos. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar as limitações que ocorrem no processo de dispersão da fauna de peixes dessa bacia, entre o rio Tietê e seus afluentes diretos (rio Sorocaba, rio Capivari e rio do Peixe), devido à poluição das águas do rio principal. O estudo se baseou em inventários da comunidade íctica por meio de redes de espera, seus atributos ecológicos e na determinação simultânea das variáveis limnológicas no final das estações chuvosa (abril de 2019) e seca (outubro de 2019). Para ambos os períodos de amostragem, a análise de componentes principais (ACP) mostrou uma clara diferença na qualidade da água do rio principal (pior condição) em comparação com os afluentes (melhor condição). Essa diferença também foi evidenciada através do nMDS baseado na composição da ictiofauna dos rios, com a diversidade de espécies muito maior nos tributários (11 a 14 spp.) em relação ao rio Tietê (3 a 4 spp.). A análise do DistLM mostrou que existe uma correlação significativa entre as variáveis limnológicas e a estrutura da ictiofauna apenas na estação chuvosa, o que pode ser explicado pela diferença marcante nas condições ambientais, especialmente neste período. Os resultados mostram que os efeitos da poluição atuam como uma barreira química para a dispersão de organismos sensíveis, ou menos tolerantes, e demonstram a urgência de implementar medidas de mitigação da poluição na bacia do Rio Tietê.