Estrutura da comunidade de carnívoros em paisagens fragmentadas do Cerrado e Mata Atlântica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Fornitano, Larissa [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/238137
Resumo: A distribuição e ocorrência das espécies na paisagem são influenciadas pelas condições e disponibilidade dos recursos. A fragmentação do hábitat pode causar a redução ou eliminação desses recursos levando a diminuição ou desaparecimento de populações e espécies. Algumas interações como a predação e competição também podem ser influenciadas pela redução e eliminação dos recursos, sobretudo entre espécies filogeneticamente próximas, e podem afetar adversamente as espécies interferindo nas suas distribuições e ocupação. O objetivo foi avaliar a estrutura da comunidade de mamíferos carnívoros de áreas fragmentadas do Cerrado e Mata Atlântica e entender como a perda e fragmentação dos habitats influenciam a ocorrência e distribuição destas espécies nestas áreas. Foram utilizados dados de armadilhas fotográficas coletados entre 2012 e 2017 em 19 fragmentos de oito Unidades de Conservação do Cerrado e Mata Atlântica do Estado de São Paulo. O primeiro capítulo teve como objetivo investigar a influência das características do habitat, disponibilidade de recursos, abundância relativa de cães-domésticos e infraestrutura humana na ocupação de carnívoros selvagens e domésticos. A ocupação dos carnívoros foi influenciada pelas pastagens, culturas perenes, culturas anuais, distância de áreas urbanas, tamanho dos fragmentos, disponibilidade de presas e cobertura de vegetação nativa aberta e florestais. No segundo capítulo avaliei como as variáveis da paisagem e disponibilidade de recursos afetam a co-ocorrência dos carnívoros silvestres entre si e com o cão-doméstico, para entender a interferência das espécies de maior porte nas espécies menores e dos cães-domésticos nos carnívoros silvestres. Boa parte das espécies de menor porte não co-ocorreu com as de maior porte. As variáveis relacionadas às culturas agrícolas influenciaram a co-ocorrência apenas entre carnívoros silvestres e cão-doméstico, e entre as espécies de carnívoros silvestres a co-ocorrência foi influenciada por variáveis de infraestrutura humana e floresta nativa. O objetivo do terceiro capítulo foi avaliar o efeito da estrutura da vegetação e áreas urbanas do entorno dos fragmentos, e do tamanho e isolamento dos fragmentos na diversidade funcional de mamíferos de médio e grande porte. A diversidade funcional foi positivamente relacionada com o tamanho dos fragmentos, com a porcentagem de floresta nativa e com a porcentagem de cultura perene. Os resultados trazem importantes informações acerca do impacto das ações antrópicas nas comunidades de mamíferos, sobretudo nas espécies de carnívoros. Embora algumas agriculturas tenham se mostrado importantes para a ocupação de alguns carnívoros, a antropização dos habitats se mostrou um importante fator de influência nas relações intra-guildas e na diversidade funcional de mamíferos, destacando a importância das áreas protegidas e áreas de vegetação nativa além dos limites das Unidades de Conservação para a preservação das espécies.