Interferência da saúde bucal na qualidade de vida de pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Araújo, Maria Teresa Borges [UNES] [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/259837
http://lattes.cnpq.br/9638318520393213
https://orcid.org/0000-0002-6866-1345
Resumo: O transtorno do espectro autista (TEA) é um transtorno de neurodesenvolvimento que pode ser manifestado em qualquer raça, sexo, idade, etnia e condição socioeconômica. As características comportamentais tornam-se evidentes na primeira infância e incluem padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades. Esses padrões podem frequentemente impactar e interferir nos hábitos de saúde bucal. O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto da saúde bucal na qualidade de vida de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Trata-se de um estudo observacional transversal, de abordagem quantitativa, realizado na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de uma cidade de pequeno porte, no interior do estado de Minas Gerais. Para a realização da pesquisa, foram utilizados dois instrumentos: o "Early Childhood Oral Health Impact Scale" (ECOHIS), uma ferramenta validada, e um segundo instrumento desenvolvido pelos próprios autores, que abordava as práticas de higiene oral e hábitos alimentares. As variáveis independentes analisadas neste estudo incluem o grau de acometimento, idade, sexo, idade de diagnóstico, raça, grau de instrução, frequência de escovação, uso do fio dental e as consultas ao cirurgião-dentista no último ano. Foi realizada uma análise estatística descritiva e os resultados foram apresentados em formato de tabelas. O teste de Kruskal-Wallis foi utilizado para comparação dos scores obtidos e o nível de significância adotado foi de 0,05. A análise estatística e o processamento dos dados foram conduzidos utilizando os softwares Bioestat, versão 5.3, e Epi Info, na versão 7.2.5.0. Dos 46 pais entrevistados, observou-se uma predominância de filhos do sexo masculino (84%), com idades entre 5 e 8 anos (39%) e, em sua maioria, crianças brancas (55%). Do total, 64,06% apresentavam nível de gravidade leve, 48% dos casos tiveram diagnóstico precoce e apenas 39% dos casos de gravidade 2 tiveram acesso ao cirurgião-dentista no último ano. Pacientes do sexo masculino (94%) relataram consumo mais frequente de açúcares e carboidratos. Há um resultado positivo entre TEA e saúde bucal, com predominância de pacientes do sexo masculino, idade entre 5 e 8 anos e diagnóstico precoce. A qualidade de vida relacionada à saúde bucal (QVRSB) de crianças com TEA pode ser influenciada por hábitos familiares, grau de comprometimento, higiene oral inadequada, dieta desequilibrada e falta de serviços especializados. Com pequeno número de pesquisas sobre o impacto do autismo na saúde bucal e nos hábitos alimentares, destaca-se a importância da colaboração de profissionais qualificados para promover melhores práticas. O diagnóstico precoce é fundamental para implementar estratégias mais eficazes de promoção e tratamento da saúde, contribuindo para uma melhor QVRSB e bem-estar geral desses indivíduos.