Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Paula, Carolina Lechinski de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/235906
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Resumo: |
A população de cães e gatos tem aumentado em todo o mundo e o contato próximo entre os tutores e seus animais pode favorecer a transmissão de patógenos de animais de estimação para humanos. Klebsiella pneumoniae são bactérias ubíquas, de comportamento oportunista, relacionadas a várias manifestações clínicas em animais de companhia e infecções nosocomiais em humanos. O micro-organismo comumente é resistente aos antimicrobianos, incluindo aos fármacos carbapenêmicos. O aumento de infecções causadas por bactérias resistentes, por exemplo, como K. pneumoniae produtora de carbapenemases é considerado problema emergente de Saúde Pública. O presente estudo investigou o índice de resistência múltipla aos antimicrobianos utilizando 19 antimicrobianos pertencentes a dez grupos de fármacos, bem como a presença de K. pneumoniae produtora de carbapenemase no teste “in vitro” de difusão com discos usando ertapenem, imipenem e meropenem em 65 linhagens de K. pneumoniae isoladas de afecções de cães e gatos. Todos os isolados foram submetidos a PCR para a detecção dos genes blaKPC, blaNDM e blaOXA-48 (associados com a produção de carbapenemases). Nos cães, cistite (n=26/58; 44,8%) e enterite (n=14/58; 24,1%) foram os sinais clínicos mais comuns; enquanto em gatos, a otite (n=3/7; 42,8%) foi o distúrbio mais frequente. Os isolados apresentaram sensibilidade ≥50% no teste de difusão com discos para ertapenem (67,7%), florfenicol (61,5%), levofloxacino (56,9%) e sulfametoxazol / trimetoprim (50,8%). Em contraste, a maior resistência dos isolados foi observada para rifampicina (100%), azitromicina (92,3%), ceftiofur (56,9%), ceftriaxona (53,8%) e enrofloxacina (50,8%), com grande variedade de perfis de resistência. Os resultados de isolados parcialmente sensíveis e resistentes à identificação fenotípica de K. pneumoniae produtora de carbapenemase revelaram: 29,2% (19/65) e 3,1% (2/65) para ertapenem; 60% (39/65) e 18,5% (12/65) para imipenem; e 47,7% (31/65) e 10,8% (7/65) para meropenem, respectivamente. O IRMA (≥0,3) foi observado em 81,5% (53/65) dos isolados. A PCR detectou 4,6% (3/65) isolados carreando blaNDM e 7,7% (5/65) isolados com blaOXA-48. Poucos estudos, em todo o mundo, têm investigado genes associados à produção de carbapenemases em K. pneumoniae isoladas de animais de companhia. A multirresistência de K. pneumoniae em cães e gatos reforça a preocupação mundial em relação a necessidade do uso racional de antimicrobianos no tratamento de doenças bacterianas em animais de companhia. Na literatura consultada, o presente estudo descreve, pela primeira vez, a detecção do gene blaNDM em K. pneumoniae em cães doentes. Os resultados indicam que os cães podem carrear genes de K. pneumoniae multirresistentes aos antimicrobianos e também servir como reservatório de isolados produtores de carbapenemase para os humanos. |