Sistemática e paleoautoecologia de moluscos da Formação Solimões (Mioceno Superior, Bacia do Acre, Brasil) e implicações paleoambientais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Sousa, Felipe Nascimento
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/180577
Resumo: Os moluscos, em especial os que apresentam concha calcária, são importantes organismos em estudos paleontológicos por terem partes corpóreas de difícil degradação já que apresentam conchas na parte externa do corpo, e também por serem preservados em formas de molde. Essas características são essenciais para entender o ambiente de vida do organismo, pois seus hábitos podem ser descritos de acordo com a morfologia funcional da concha. A Bacia do Acre é a única representante no Brasil das Bacias de Antepaís Andino e é limitada a leste pelo Arco de Iquitos, que a separa da Bacia do Solimões, a norte/noroeste pela Bacia de Marañon e a sul/sudeste pelas bacias de Ucayali e Madre de Dios, Peru. A Formação Solimões (Mioceno Superior) é um pacote sedimentar formado de depósitos neógenos situados na Amazônia ocidental. Tais depósitos são correlacionados com as formações Pebas, Curaray e Urumaco. São muitos os trabalhos recentes com foco na Formação Solimões, porém, poucos falam a respeito dos bivalves e gastrópodes da região, inclusive sobre a morfologia destes. Aqui, faz-se um estudo pormenorizado por meio de análises morfológicas com intuito de realizar inferências sobre o paleoambiente e a paleosalinidade regional nos fósseis encontrados na Formação Solimões, utilizando-se de exemplares depositados nas coleções científicas da Universidade Federal do Acre, Rio Branco, coletados em diferentes regiões da Bacia do Acre: Oriente, Ponto 04 e Cachoeira do Bandeira, AC. De forma geral são classificados 5 gêneros de bivalves (Castalia, Callonaia, Diplodon, Anodontites e Mycetopoda) e 3 gêneros de gastrópodes (Pomacea, Aylacostoma e Sioliella). Foram identificados espécimes escavadores rasos e rápidos (Castalia ambigua, Diplodon longulus e Mycetopoda pittieri) e profundo e lento (Callonaia duprei). Contudo, nenhum dos táxons descritos apresenta afinidades com táxons marinhos sendo, portanto, exclusivos de condições dulceaquícolas fluviais ou lacustres. O levantamento bioestratigráfico dos gastrópodes aqui utilizado coaduna com a idade Tortoniana – Messiniana para os moluscos fósseis analisados. Assim, os resultados aqui obtidos confirmam, nem em forma de animais relictos, a ausência de comunicação entre os lagos descritos para o Mioceno Superior do Brasil com o ambiente marinho.