Qualidade da água e macroinvertebrados em córregos periurbanos: um estudo de caso em Angatuba (SP)

• Ano de defesa: 2018
• Autor(a) principal: Cesar, Daniela Aparecida Silveira
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
• Palavras-chave em Português: degradação ambiental; invertebrados aquáticos; sazonalidade; uso da terra; variação espacial
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/152927

A escassez de água tornou-se um problema relevante devido ao rápido crescimento populacional associado às ações antrópicas em todo o mundo. No entanto, estudos que abordam a influência das ações antrópicas e da sazonalidade em diferentes aspectos como qualidade de água, usos dos solos e fauna bentônica em cursos de água periurbanos ainda são escassos. O monitoramento de estações a montante e a jusante são importantes para identificar pressões pontuais sobre o curso de água. Diante deste cenário, estudos de avaliação ambiental são necessários visando estratégias para gerenciamento e conservação desses recursos. Este trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade ambiental (entorno, água e fauna) em diferentes escalas espaciais e temporais de cursos de água periurbanos localizados no município de Angatuba (SP). As coletas foram realizadas em dois pontos de amostragem situados em áreas a montante (próximas às nascentes) e a jusante da rede de drenagem urbana. A sazonalidade e categorias dos usos do solo afetaram de maneira diferente os locais estudados contribuindo para as mudanças na qualidade da água e distribuição dos macroinvertebrados bentônicos nas diferentes escalas. A maioria das variáveis medidas a montante mostrou baixa variação sem padrão sazonal definido. Maior amplitude de variação foi observada para as variáveis medidas a jusante, com valores elevados durante todo o ano. A abundância dos invertebrados aumentou no final do período de estiagem a jusante e diminuiu o número de taxa sensíveis a montante. Os índices bióticos retrataram a heterogeneidade dos habitats entre trechos e riachos, mas durante o período de estiagem, poucas diferenças foram encontradas. As ações antrópicas modificaram drasticamente a paisagem através da remoção das matas e substituição por pastagens na maior parte da bacia. A abundância e riqueza dos organismos diferiu entre montante e jusante e entre os três meses de estiagem. O trecho de melhor qualidade foi associado à presença de mata e pouca pastagem com melhor oxigenação da água que favoreceu o estabelecimento de grupos sensíveis no local. O trecho montante dos três afluentes apresentaram fauna pouco diversificada que foi associada ao uso do entorno. A estiagem determinou um efeito importante nas características ambientais, em especial uma elevação nas concentrações de variáveis indicadoras de poluição nos cursos de água a jusante da cidade. A elevada abundância de organismos resistentes com o aumento da estiagem nas áreas urbanas foi resultante da perda acentuada da qualidade da água, indicativo da influência da baixa precipitação na organização e estruturação da fauna. Portanto, a compreensão dos efeitos da sazonalidade e usos do solo para a qualidade da água e para os macroinvertebrados foi importante para retratar como os diferentes aspectos podem afetar os ambientes dentro de uma mesma bacia.