Composição e variação temporal e nictemeral da fauna zooplanctônica na zona de arrebentação em Praia Grande, SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Moreno, Danubia [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/148874
Resumo: As áreas costeiras de baixa profundidade, como zonas de arrebentação de praias arenosas são pouco estudadas quando comparadas a outros ecossistemas costeiros. No entanto, são consideradas de grande importância ecológica, pois abrigam alta diversidade de organismos que se alimentam, reproduzem e buscam na região proteção contra predadores. A falta de estudos deve-se principalmente à alta hidrodinâmica existente, sendo muitas vezes difícil de amostrar, principalmente no período noturno. Este estudo analisou a variação temporal e nictemeral da fauna zooplanctônica existente na zona de arrebentação da Praia da Aviação que trata-se de uma praia densamente habitada localizada no município de Praia Grande na costa central do estado de São Paulo. Os organismos foram coletados com rede de plâncton através de arrastos horizontal, superficial e perpendicular à praia em profundidade de 1m. Dados de temperatura e salinidade também foram obtidos juntamente com observações visuais do estado de agitação do mar, vento local e nebulosidade. Este processo ocorreu bimensalmente entre Junho de 2013 e Abril de 2015 durante os períodos diurno e noturno, visando avaliar a variação na composição zooplanctônica e sua relação com as migrações verticais. O zooplâncton da praia analisada foi representado por 116 táxons, englobando organismos holoplanctônicos, meroplanctônicos, bentônicos (presentes na coluna d’água devido à alta turbulência) e bentoplanctônicos (organismos que realizam migração vertical). A composição da fauna foi bastante diversificada e, ao longo de todo o estudo, foi constatada pouca variação na diversidade entre os períodos de amostragem além de discreta variação sazonal. A abundância total de organismos planctônicos capturados no período diurno variou de 384 a 14.746 org.m-³ (4.153,1 ± 5.766 org.m-³) e, durante a noite de 504 a 67.269 org.m-³ (7.845,3 ± 18.844 org.m-³). A comunidade zooplanctônica demostrou uma diferença significativa (p <0.000), em termos de abundância, entre a fauna holoplanctônica, meroplanctônica e bentoplanctônica. A maior abundância e percentual de contribuição dentre os holoplanctônicos foi atribuída aos grupos Copepoda, Cladocera seguida de Tunicata, já os meroplanctônicos destacaram os grupos Mollusca e Echinodermata e, dentre os bentoplanctônicos o grupo Mysida. A fauna zooplanctônica apresentou, em matéria abundância, uma variação temporal com distinções significativas (p < 0.000) em cada mês de amostragem, sendo os valores registrados no verão similares entre si (85%), porém distintas das demais estações (<40%). Contudo, não foram detectadas diferenças significativas de abundância (p = 0.299) relacionada à variável ambiental temperatura da água. Durante o período noturno foi registrado maior quantidade de organismos existentes na coluna d’água, e o incremento da fauna ocorreu principalmente pela maior frequência de misidáceos, larvas de decápodos e peixes juvenis neste período, no entanto, a maior ocorrência desses organismos durante a noite não refletiu estatisticamente diferenças (p = 0.123) na abundância total da fauna em relação ao período diurno. De maneira geral, detectou-se neste estudo que a zona de arrebentação da Praia da Aviação dispõe de uma abundante e rica comunidade zooplanctônica que reflete, em termos de composição e abundância, o caráter dinâmico da região, onde processos ambientais e bióticos influenciam nas mudanças recorrentes da estrutura da comunidade zooplanctônica que é responsável pela manutenção da vida marinha costeira.