Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Marcos Antonio de [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/181002
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Resumo: |
A decisão se a gônada indiferenciada irá se desenvolver em um testículo ou um ovário é uma etapa crítica na diferenciação sexual dos vertebrados. Este processo consiste em uma complexa cascata gênica que culmina na diferenciação das células somáticas presente na gônada indiferenciada. Neste sentido, o hormônio anti-Mülleriano é um importante efetor nesta decisão. Estudos com o peixe medaka mutante hotei, no qual o receptor do Amh tipo 2 (amhrII) é mutado, mostram elevado índice gonadossomático, e reversão sexual de macho para fêmea. Com base nestas informações, acredita-se que o Amh possa regular o número de células germinativas e diretamente ou indiretamente este fato pode influenciar na decisão da gônada bipotencial em se tornar um testículo ou ovário. Sendo assim, o objetivo do presente trabalho foi de se avaliar a sinalização do Amh durante a diferenciação sexual no medaka. Para tanto, estudos de perda de função gênica foram empregados, no qual o gene amh foi deletado através do sistema CRISPR/Cas9. Também foi avaliada a expressão dos genes que atuam na janela de diferenciação sexual por RT-qPCR. Inicialmente, identificamos dois tipos de mutação nos animais heterozigotos (amh (-/+) da F1. A mutação mais interessante foi a deleção de 759 pares de base entre os exons 6 e 7 que compreende parte dos domínios Amh_N e TGF-β. Na geração F2, os mutantes homozigotos amh (-/-) machos XY apresentaram 100% de reversão sexual para fêmeas fenotípicas. Além disso os animais amh (-/-) apresentaram hipertrofia gonadal. Não foi realizado nenhum tipo de análise histológica, porém, considerando-se os dados da literatura, sugere-se que a ausência do Amh em nossos mutantes também tenha levado à uma proliferação excessiva das células germinativas. Assim, é sugerido em nosso trabalho que o Amh está envolvido na proliferação das células germinativas, sendo um efetor crucial para a formação do testículo. Esse resultado corrobora os dados de expressão temporal do amh e de alguns genes chaves do processo de diferenciação durante diferentes estágios de desenvolvimento de medakas selvagens. A expressão do amh foi maior em machos do que em fêmeas durante todos os estágios de desenvolvimento. Sua expressão diferencial inicia-se no estágio 34 que precede a janela de diferenciação sexual em medaka. Interessantemente, a expressão de outros genes envolvidos na cascata de diferenciação sexual masculina como dmrt1, amhrII e gsdf foi posterior à do amh. Este dado sugere que o Amh atue como efetor upstream da cascata de diferenciação masculina, sendo responsável, direta ou indiretamente, por ativar genes como dmrt1 e gsdf. Estes resultados estão alinhados com os dados encontrados neste trabalho para os medakas mutantes amh (-/-), onde na ausência do Amh, todos os machos XY se diferenciam em fêmeas. Na ausência do Amh, os efetores downstream da cascata não seriam ativados, o que levaria à diferenciação gonadal feminina. De maneira geral, o presente estudo demonstra que o Amh desempenha um papel crucial no processo de diferenciação sexual do medaka. Além disso, o Amh atua como efetor da cascata de diferenciação sexual masculina e também regula a proliferação das células germinativas nesta espécie. |