Impacto do estresse precoce de vida sobre a progressão da periodontite apical e da doença periodontal: estudo comportamental e histológico em ratos.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Botelho, Maria Clara Bertolini [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/202873
Resumo: Estímulos estressores durante a infância afetam negativamente as funções fisiológicas, alterando as respostas inflamatórias, imunes, neuro-hormonais e comportamentais. Há evidências de que o estresse precoce de vida (EPV) pode ser um fator de risco direto ou indireto para o desenvolvimento de algumas doenças metabólicas e inflamatórias na idade adulta. No entanto, apesar de existirem evidências de que o estresse influência na progressão da periodontite apical (PA) e da doença periodontal (DP), o impacto do EPV sobre estas doenças é pouco estudado. Portanto, este estudo teve como objetivo avaliar a influência do EPV sobre a PA e DP induzidas experimentalmente em ratos. No presente estudo foram utilizados sessenta ratos machos Wistar, divididos em 6 grupos experimentais (n=10): Grupo controle: ratos não submetidos ao EPV ou a indução das doenças; Grupo EPV: ratos submetidos ao EPV; Grupo PA: ratos com PA; Grupo EPV+PA: ratos submetidos à indução da PA e do EPV; Grupo DP: ratos com DP e Grupo EPV+DP: ratos submetidos à indução da DP e do EPV. O EPV foi induzido pelo método de separação materna (SM) por um período de 3 horas durante 21 dias consecutivos. Ao completarem 90 dias, os animais dos grupos PA e EPV+PA foram submetidos à indução da PA através da exposição pulpar do primeiro e segundo molares superiores do lado direito. A indução da DP foi realizada nos grupos DP e EPV+DP através da inserção e manutenção de uma ligadura no segundo molar superior esquerdo. O protocolo de exposição pulpar para a PA e manutenção da ligadura para os animais com DP, foi de cinco semanas. O teste labirinto elevado em zero (LEZ) foi realizado em todos os animais com 37 dias após a indução das doenças para avaliar o comportamento de ansiedade. Após 3 dias do teste LEZ, os animais foram eutanasiados e as maxilas foram coletadas. Posteriormente, foi realizada análise histológica e histométrica para avaliação do infiltrado inflamatório e extensão das lesões induzidas experimentalmente. A análise histológica revelou maior intensidade do infiltrado inflamatório para os animais com PA e DP expostos ao EPV (p<0.05). A análise histométrica mostrou maior extensão das lesões periapicais nos animais com PA expostos ao EPV quando comparado aos animais com PA não estressados (p<0.05). Já para os animais com DP, não houve diferença na extensão da perda óssea alveolar entre os animais com DP submetidos ou não ao EPV (p>0.05). A análise comportamental revelou um aumento do comportamento ansioso no grupo PA em relação ao grupo controle (p<0.05). No entanto, a exposição ao EPV anulou este efeito da PA sobre o comportamento, já que os animais do grupo EPV+PA frequentaram por mais tempo os braços abertos do aparelho (p<0.05). Já para os ratos submetidos à indução de DP, foi observado aumento do tempo nos braços abertos dos grupo DP em relação ao grupo controle (p<0.05). O mesmo aconteceu com o grupo DP em relação ao grupo DP-estressado (p<0.05). Os resultados do presente estudo indicam que o EPV afeta a progressão da periodontite apical, exacerbando o processo inflamatório e a reabsorção óssea periapical. Contudo, apesar de agravar a intensidade da inflamação na doença periodontal, o EPV não afeta a reabsorção óssea alveolar.