Enriquecimento de elementos terras raras e ítrio adsorvidos em argilas (ion-adsorption clay) em perfis de intemperismo de granitos (sudeste do Estado de São Paulo)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Faria Júnior, Ilio Rodarte [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/166381
Resumo: A natureza da mobilização, enriquecimento e fracionamento dos elementos terras raras e o ítrio (ETR) nos processos de intemperismo ainda é pouco compreendida. Diversos trabalhos seguiram o entendimento de que esses elementos fossem imóveis perante o intemperismo, o que foi refutado pela descoberta dos depósitos de ETR do tipo ion-adsorption clay (IAC) no sudeste asiático na década de 60, onde se observou o transporte desses elementos no perfil laterítico seguido de acumulação por fixação em minerais neoformados. Os depósitos do tipo IAC se desenvolvem quando biotita e/ou muscovita sienogranitos portadores de minerais de ETR susceptíveis ao intemperismo são submetidos ao intemperismo tropical, onde os ETR são liberados de sua mineralogia original e acumulados no horizonte saprolítico ao serem adsorvidos por argilominerais cauliníticos neoformados. Com base nisso, foi feito um processo prospectivo, tomando como base as características químicas e mineralógicas dos granitos mineralizados em ETR do tipo IAC no sudeste asiático, onde se identificou corpos graníticos no Terreno Apiaí-Guaxupé com características prospectivas para esse modelo de mineralização. Os granitos São Francisco e Capão Bonito, corpos cálcio-alcalinos compostos por biotita sienogranitos metaluminosos a peraluminosos e portadores de minerais (fluor)carbonáticos de ETR, muito susceptíveis ao intemperismo, foram tomados como base para estudo da mobilidade desses ETR no meio exógeno. Nesses corpos foram identificados perfis lateríticos com profundidades médias de 6 a 7 metros, compostos por horizontes pedogenético e saprolítico, com extensa neoformação de argilominerais cauliníticos. O balanço de massa evidenciou a mobilidade desses metais em decorrência da variação da intensidade de intemperismo a que esses perfis foram submetidos, com maior acumulação dos ETR nos perfis com anomalias negativas de Ce/Ce*. A extração química de amostras dos saprolitos demonstrou que as argilas cauliníticas representam a principal fase portadora dos ETR nos perfis enriquecidos, com a retenção ocorrendo por adsorção desses metais. Nos perfis enriquecidos se identificou proporções desses metais adsorvidos em argilas superiores a 50%, com valores absolutos de ETR adsorvidos variando entre 332,8 e 901,67 ppm. Esse conjunto de resultados demonstra exemplares de enriquecimento exógeno de ETR compatível com o modelo do tipo ion-adsorption clay. Com isso, se descreve aqui o primeiro exemplo de enriquecimento de ETR do tipo IAC no sudeste do Brasil, contribuindo, assim, para evidenciar o potencial prospectivo para esse modelo de concentração exógena de ETR no Brasil, país portador de variada granitogênese e de extensos perfis lateríticos.