Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Mota, Bruna Maria Cristina da Silva [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/193462
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Resumo: |
A presente pesquisa analisa exemplares da Revista Nova Escola entre os anos de 2003 e 2016, a escolha por esse objeto se deu pelo fato do seu grande alcance dentro da rede pública de ensino (ao menos até o ano de 2014 – último ano em que a revista impressa foi entregue nas escolas públicas por meio de parceria da Editora Abril com o MEC), além do fato de ser um produto comercial, uma mídia impressa popular, com preço acessível, que adentra o mundo escolar brasileiro, sendo assim um importante veículo de informação que atinge a realidade escolar. Outro fator que justifica nossa escolha é o fato de que a Revista é objeto de pesquisa para vários estudos de Mestrado e Doutorado no Brasil. Tratando da motivação para tal pesquisa, a reflexão sobre a presença da História e Cultura afro-brasileira e africana na sociedade, no ambiente escolar, apresenta-se como uma inquietação desde a Graduação, e estando também em sala de aula, vivenciando ainda fortes situações de não aceitação da identidade africana, estereótipos trazidos por alunos, pais, professores acerca da religião, da cultura, do corpo, do cabelo, entre outras questões, justamente pela falta de conhecimento sobre o povo africano e do racismo estrutural presente em nossa sociedade. Apesar de todo processo de transformação que vem ocorrendo na historiografia e educação brasileira (reflexo de toda luta da população negra), e as contribuições que podem gerar para a sociedade, podemos perceber mudanças no que diz respeito à presença da história e cultura afro-brasileira no discurso da Revista Nova Escola (material de grande circulação que esteve presente nas escolas públicas brasileiras até o ano de 2014), após a promulgação da Lei n. 10.639/03? Esse questionamento encaminhará a construção desta tese. Temos como objetivo de pesquisa analisar os números da Revista Nova Escola entre os anos de 2003 a 20161 e compreender as concepções trazidas no discurso apresentado pela Revista Nova Escola no que tange o ensino de História e Cultura afro-brasileira e africana (tendo como base um referencial que busca o protagonismo negro em sua própria história), utilizando como metodologia a Análise Crítica do Discurso. Utilizando os preceitos da metodologia adotada, podemos concluir que o material ainda contempla a temática sem evidenciar a história e cultura afro-brasileira e africana como centrais no processo de construção da identidade brasileira, além de trazer discussões que não auxiliam no processo de transformação de estruturas e relações sociais, que ultrapassem o racismo, a exclusão e o preconceito. Em muitos momentos verificamos a permanência da forma de pensar e construir a História do Brasil e da África, a partir do modelo europeu, como sendo algo natural, comum e, além disso, consideramos como um grande problema o ato de passar a responsabilidade de uma mudança efetiva somente para o professor, sem demonstrar a complexidade e importância de um trabalho coletivo, social, que envolve formação inicial e continuada, quebra de paradigmas e padrões, que possam auxiliar na produção de abordagens que não privilegiem a presença do olhar europeu em detrimento dos olhares afro-brasileiro e africano. |