Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Bertani, André Luís [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/150154
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Resumo: |
Objetivo: Ensaio clínico controlado e randomizado para determinar a influência de intervenção breve baseada na terapia cognitivo-comportamental complementada por vídeo e manual, com conteúdo especificamente desenvolvido para gestantes tabagistas, na taxa de cessação do tabagismo durante a gestação e após o parto. Indivíduos e Métodos: Foram avaliadas 127 gestantes tabagistas que realizaram atendimento de pré-natal no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu e em Unidades Básicas de Saúde do município de Botucatu; separadas aleatoriamente em grupo intervenção (n= 77) e grupo controle (n=50). Todas as gestantes foram avaliadas por meio de questionário desenvolvido para avaliação e acompanhamento das gestantes contendo dados demográficos, socioeconômicos, gestacionais, história de tabagismo e dados referentes ao recém-nascido e receberam uma sessão de aconselhamentos de 15 minutos no início do estudo. O grupo intervenção pode participar ainda de até 7 sessões adicionais de aconselhamento. Ambos os grupos receberam DVD contendo vídeo e manual impresso com material educativo especificamente desenvolvido para gestantes tabagistas no momento basal. Os dois grupos foram acompanhados nas consultas de pré-natal subsequentes para avaliação do estado tabágico, confirmado pela monoximetria e, em caso de abstinência, aferição do nível de fissura pela escala QSU-B. Além disso, todas as gestantes foram avaliadas com a utilização dos instrumentos padronizados para avaliação do tabagista, como: grau de dependência (Teste de Fargestrom), estágio motivacional (Prochaska e Di Clemente), escala hospitalar de ansiedade e depressão (HAD - Zigmond e Snaith) e escala de estresse percebido (EEP - Cohen). As gestantes também foram agrupadas em abstinentes e fumantes de acordo o estado tabágico no momento pós-parto e, as gestantes do grupo intervenção foram separadas de acordo com a participação nas sessões de aconselhamentos. Informações sobre o parto e pós-parto foram obtidas no prontuário da paciente. Resultados: O grupo controle tinha idade maior que o intervenção (29,5 ± 6,1 anos vs 24,3 ± 7,2 anos; p< 0,001). A maioria das gestantes estava em união estável (66,9%), tinha apenas o ensino fundamental (57,4%) e pertencia às classes econômicas D e C2 (58,1%), sem diferença entre os grupos. Maior proporção de gestantes do grupo intervenção apresentava diagnóstico de doenças pulmonares comparadas ao controle (31,1 vs 12%, p= 0,023). A proporção de gestantes do grupo controle que consumia narguilé (34% vs 7,7%, p< 0,001) e cigarro de bali (38% vs 5,2%, p< 0,001) concomitantemente ao cigarro convencional foi maior que a encontrada no grupo intervenção. Entre as gestantes que relataram fumo passivo, maior proporção foi encontrada no grupo intervenção (69% vs 36%, p< 0,001). Maior proporção de gestantes no grupo intervenção encontrava-se no estágio contemplativo (76,7% vs 32%, p< 0,001). A taxa de cessação do tabagismo foi maior no grupo intervenção em comparação ao controle (55,8% vs 34%, p= 0,026). Em relação à adesão das gestantes do grupo intervenção, 50,8% delas participaram de 6 a 8 sessões. Nas análises de regressões, uso do material educativo, participação em uma sessão de aconselhamento, nível provável de depressão, anos/maço, situação de fumo passivo, grau de dependência e estágio motivacional associaram-se significativamente ao estado tabágico, fumante. As gestantes abstinentes após o tratamento e que utilizaram o material educativo apresentaram variações significativas nas médias dos escores de ansiedade, depressão e estresse, ao longo do tratamento. Para a gestação atual, 15,7% das gestantes tiveram aborto, 2,3% apresentaram placenta prévia e 1,6% gravidez ectópica, sem diferença entre abstinentes e fumantes. Conclusões: A taxa de cessação do tabagismo foi maior no grupo intervenção. O material educativo influenciou positivamente a abstinência após o tratamento. A maior adesão às sessões de aconselhamentos mostrou resultados favoráveis para a abstinência e as gestantes com sintomas de depressão no momento basal tiveram mais chances de cessar o tabagismo após o parto. |