Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Ribeiro, Maíra Taquiguthi |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/244809
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Resumo: |
Ao analisar as estratégias de avanços do agronegócio e de resistências do povo A’uwẽ, conhecido como Xavante, na Terra Indígena (TI) Sangradouro/Volta Grande, em Mato Grosso, buscamos subsidiar a compreensão dos desafios territoriais dos povos indígenas na atualidade e, a partir das categorias endógenas, contribuir para as discussões teóricas na Geografia. Na primeira seção, são apresentados os objetivos e metodologia. No segundo capítulo, discutimos a territorialidade do povo A’uwẽ, buscando identificar categorias espaço-temporais próprias a’uwẽ, particularmente Ró, uma categoria complexa e polissêmica que pode ser compreendida como o próprio mundo a’uwẽ. A partir do processo histórico que levou à configuração territorial atual, destacamos que a luta pelo território, enquanto demarcação de Terras Indígenas, passa a ser uma estratégia de resistência. No capítulo seguinte, mais do que descrever um histórico de ocupação não indígena no Ró, buscamos demonstrar como a força motriz desta dinâmica de destruição do mundo a’uwẽ foi a acumulação por espoliação. Recorremos a dois momentos históricos significativos: nos anos 1940, com a Marcha para o Oeste, e nos anos 1960 até 1980, através das políticas de integração nacional da ditadura militar. Em seguida, é apresentado o modo atual de operação do agronegócio, o mapeamento da sua territorialização sobre o antigo domínio a’uwẽ e as suas consequências socioambientais. A partir de duas experiências de produção de commodities em larga escala dentro das TI a’uwẽ, com ênfase na TI Sangradouro/Volta Grande, evidenciamos sua relação com as disputas territoriais, retomando os desafios e estratégias de resistências do povo A’uwẽ. Nesta disputa, Ró, enquanto espaço de liberdade e sem limites, se opõe à prisão que representa a noção de território dos não indígenas. Assim, a categoria território encerra uma profunda contradição, pois se o território une a luta pela terra com a luta pela autodeterminação, por outro lado, a concepção ocidental de território perpassa pela aceitação da lógica do espaço limitado, privado, mercantilizado e cercado. Nesta contradição, a luta pelo território a’uwẽ é, em última instância, a luta pelo Ró, ainda que estas sejam dialeticamente categorias opostas. |