Efeitos ecotoxicológicos em larvas de Chironomus sancticaroli Strixino & Strixino, 1981 (Diptera: Chironomidae) expostas a nanopartículas lipídicas sólidas carregadas com atrazina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Albuquerque, Felícia Pereira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192037
Resumo: Os pesticidas são compostos sintéticos ou biológicos, utilizados para atrair, matar, repelir ou interferir no ciclo de vida de diferentes tipos de seres vivos. A atrazina é um herbicida pré e pós emergente, usado para controlar plantas daninhas em muitas culturas, destacando-se o milho, o sorgo e a cana de açúcar. Apresenta alto potencial de contaminação ambiental e seu uso tem sido controverso em alguns países. Entretanto, com a implementação da nanotecnologia na agricultura tem sido desenvolvidos eficientes sistemas transportadores da atrazina. Nanopartícula lipídica sólida carregada com atrazina é um exemplo, esta nanoformulação demonstrou eficácia no controle do organismo alvo mesmo quando aplicada em doses reduzidas, mas seus efeitos tóxicos precisam ser verificados em organismos não alvo representativo de ambientes aquáticos e terrestres. A presença de nanosistemas em ecossistemas aquáticos pode afetar organismos bentônicos, pois estes se desenvolvem no sedimento, local que ocorre o acúmulo de contaminantes, inclusive com propriedades em nanoescala. Neste contexto, no presente estudo foram analisados os efeitos ecotoxicológicos de nanopartículas lipídicas sólidas (com ou sem atrazina) e atrazina (ingrediente ativo) sobre larvas de Chironomus sancticaroli, avaliando a mortalidade, deformidade do mento, desenvolvimento e biomarcadores bioquímicos (acetilcolinesterase, esterases alfa e beta e glutationa S-transferase). As concentrações de contaminantes utilizadas foram 0,002, 0,47, 0,95 e 1,9 mg.L-1 nos bioensaios agudos (96 h) e 0,002 mg.L-1 nos bioensaios subcrônicos (10 dias). As nanoformulações mantiveram a estabilidade do diâmetro hidrodinâmico durante os experimentos. O valor da atrazina livre na água permaneceu estável no decorrer dos bioensaios. Atrazina na concentração ambientalmente relevante (0,002 mg.L-1) causou efeitos letais e subletais para as larvas, indicando a necessidade de revisão do valor permitido. As nanopartículas com atrazina apresentaram efeitos tóxicos (mortalidade e alteração nos biomarcadores bioquímicos) semelhantes à atrazina. A nanopartícula controle (sem atrazina) causou alterações nos biomarcadores bioquímicos e mortalidade, indicando um possível efeito tóxico da nanoformulação. A maioria das concentrações da nanoformulação carregada com atrazina não foram dose dependente para mortalidade. Somente atrazina na concentração de 0,47 mg.L-1 apresentou efeito considerado estatisticamente significativo para a deformidade do mento. A atrazina e as nanopartículas não afetaram o desenvolvimento larval. Chironomus sancticaroli foi sensível para monitorar a nanoatrazina, indicando potencial no uso em avaliações ecotoxicológicas de nanopesticidas na região Neotropical.