Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Estrada, Francisco Adolfo Brusquetti [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
eng |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/136288
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Resumo: |
Os processos de diversificação biológica na América do Sul têm sido foco de vários estudos nos últimos tempos; porém, nota-se um marcado viés para os biomas florestados como a Amazônia e a Mata Atlântica. Nesse contexto, o Chaco é um dos biomas que tem recebido menor atenção. Nesta tese apresentamos o primeiro esforço por entender quais eventos e processos têm sido responsáveis pela diversificação de anuros endêmicos deste bioma, incluindo Lepidobatrachus asper, Lepi. laevis, Lepi. llanensis e Leptodactylus bufonius. Para atingir esse objetivo utilizamos sequências de DNA mitocondrial e nuclear de uma ampla amostragem de cada uma das espécies. Nos primeiros dois capítulos investigamos a diversificação do gênero Lepidobatrachus, sendo que no primeiro deles nossos objetivos foram analisar a estrutura genética e delimitar um período de tempo de diversificação que nos permita associá-la com eventos históricos e assim gerar as primeiras hipóteses sobre diversificação de anuros no Chaco. A estrutura genética identificada corresponde à distribuição geográfica dos espécimes analisados, assim como também revela algumas quebras ao longo da paisagem. A principal dessas barreiras corresponde à área central do Chaco, que por sua extrema aridez poderia estar atuando como uma barreira climática para a dispersão desses animais. Por outro lado, a dinâmica histórica dos rios da região poderia ter influenciado na estrutura genética das espécies do gênero Lepidobatrachus. Sugerimos uma antiga e rápida radiação para este gênero, com introgressões marinhas e períodos de alta temperatura e aridez como os principais responsáveis por sua diversificação. No segundo capítulo, aprofundamos no estudo da estrutura genética usando frequência alélica. Investigamos a história demográfica e usamos modelos de isolamento com migração para testar as hipóteses propostas no primeiro capítulo e entender os processos que resultaram na diversidade que hoje conhecemos dentro do gênero Lepidobatrachus. Nossos resultados sugerem que as antigas formações continentais estáveis, como os arcos estruturais e os crátons, tiveram um importante papel na diversificação do gênero Lepidobatrachus, atuando como refúgios durante as introgressões marinhas. A barreira climática do Chaco central é confirmada para uma das espécies do gênero. Adicionalmente, encontramos que os rios exerceram diferentes efeitos nas diferentes espécies do gênero, o que pode estar relacionado ao tempo de persistência de cada uma das espécies na área de influência desses rios. A maior persistência de Lept. llanensis resultou num padrão genético modelado pela dinâmica desses rios alóctones. No terceiro e último capítulo analisamos a estrutura genética e demografia histórica de Lept. bufonius, uma espécie de ampla distribuição, para ter acesso a história evolutiva mais recente do Chaco. Os resultados suportam eventos de expansão recente e constante fluxo gênico entre as populações. As expansões estão relacionadas aos períodos interglaciais, enquanto o fluxo gênico é mantido por dispersões curtas que seguem um modelo “steppingstone”, permitindo assim uma alta conectividade, inclusive entre as populações mais distantes. Esse mesmo padrão foi registrado em anuros de outras regiões semiáridas pelo mundo. |