Macunaíma: a contrafação do herói clássico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Gomes, Letícia Bonesso
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/191915
Resumo: Macunaíma: o herói sem nenhum caráter (1928), de Mário de Andrade é uma das obras mais importantes do período modernista da Literatura Brasileira, devido ao intenso e minucioso trabalho do autor na construção da linguagem que compõe esta rapsódia do “herói de nossa gente”. A crítica fornece um alentado conjunto de análises e discussões que demonstram como a combinação de artifícios, como a linguagem ora coloquial, ora formal, o uso dos estrangeirismos, como os latinismos, os italianismos e, por outro lado, a presença de diversas lendas do folclore brasileiro e sulamericano constituem a dinâmica do herói andradiano. Para esta dissertação, acrescentamos na nossa leitura a presença de diversas referências vindas da mitologia greco-romana, do início ao fim da narrativa, como elementos imprescindíveis para a compreensão e análise dos traços constituintes deste herói andradiano. Essa tessitura de variantes aparentemente díspares, todavia, harmoniza-se na leitura da rapsódia do herói sem nenhum caráter. Dentre esses traços, recortamos do corpus um trecho para estudo da presença desta tradição dos heróis greco-romanos em Macunaíma: a “Carta pras Icamiabas”. A análise deste excerto traz, à luz das contrafações (CARVALHO, 2007), um estudo que visa à aproximação do herói Macunaíma ao herói antigo e aos meios de produção da contrafação utilizados pelo autor, neste capítulo que revela a principal transformação do herói na narrativa, a sua mudança de “herói” em “Imperator”. Metodologicamente, foi utilizado como texto-base o exemplar de trabalho da obra, cuja cópia foi obtida no Instituto de Estudos Brasileiros (IEB). Esta edição rara conta com modificações feitas pelo próprio punho de Mário de Andrade configurando, assim, caminho para um estudo genético da obra. Portanto, uma etapa do processo de criação que se pode constatar, tem como principal preocupação demonstrar as mudanças que evidenciam um diálogo entre modelos clássicos de construção do herói e a performance do herói da obra.