A construção do espaço político da bancada ruralista no congresso nacional e a questão agrária no século XXI (1999-2022)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Martins, Lucas Araújo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/255881
Resumo: Em diversas escalas, temos testemunhado a erosão de direitos e o retrocesso nas conquistas históricas da classe trabalhadora, em nome do desenvolvimento e da segurança jurídica para o capital. Nesta dissertação, o objetivo central foi investigar as ações e os sujeitos que compõem a bancada ruralista ao longo do período de 1999 a 2022, por meio da análise do espaço político construído no Congresso Nacional. O intuito foi destacar as possíveis implicações dessa influente bancada para a questão agrária brasileira no século XXI. A relevância deste estudo reside no fortalecimento da bancada ruralista e sua influência na formulação de dispositivos legais que impactam profundamente os povos do campo. A bancada ruralista é um grupo político de destaque no cenário brasileiro, cuja influência transcende as divisões partidárias. Embora se apresente como suprapartidária, é inegável que suas raízes e principais bandeiras estão fortemente associadas a posições políticas de direita e, em muitos casos, de extrema direita. Esse grupo político tem como pilares fundamentais a defesa dos interesses relacionados à preservação da propriedade privada e exploração de terras, bem como o estabelecimento de relações familiares e de compadrio dentro da política institucional. No que diz respeito à orientação ideológica, a bancada ruralista frequentemente se alinha com valores conservadores, promovendo agendas que incluem a flexibilização das regulamentações ambientais e trabalhistas, a facilitação do acesso a armas de fogo e uma postura avessa à demarcação de terras indígenas e quilombolas, bem como a resistência à reforma agrária. Essas posições refletem uma visão centrada no desenvolvimento econômico baseado na exploração, em detrimento da preservação de direitos. Assim, esta pesquisa buscou contribuir para a compreensão das ações e sujeitos que compõem da bancada ruralista no âmbito político nacional, evidenciando as implicações dessas ações para a questão agrária brasileira.