Narrativas benjaminianas: discrição e engenhosidade como figuras pedagógicas possíveis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Fávari, Cesira Elisa de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/202133
Resumo: O objeto da presente tese é a leitura da obra A hora das crianças: narrativas radiofônicas de Walter Benjamin a partir da proposição de Rolf Tiedemann de que nela, Walter Benjamin se faz um pedagogo discreto e engenhoso. Após analisar essas narrativas pela perspectiva benjaminiana da filosofia da linguagem e por atravessamentos conceituais também em Benjamin, realizamos a tarefa de sustentar a interpretação do sujeito pedagogo nos dois contrapontos: o da discrição e o da engenhosidade. Com base nos fragmentos de A hora das crianças e definidas algumas imagens desses sujeitos, consideramos a pergunta: como podemos revelar pedagogos discretos e engenhosos para nosso tempo? Nosso ponto de partida é considerar que tanto um quanto outro são potenciais narradores nas definições de Benjamin, e que, portanto, faz-se necessário ampliar nossos referenciais. Atualizamos e questionamos os modos narrativos radiofônicos e através da melancolia em Benjamin, que criticou e apropriou os usos do rádio, é preciso enfrentar também nossa melancolia com a mídia podcast, defendendo, portanto, a possibilidade de narradores encontrados em áudios, vídeos e caminhadas, assim como os referenciados em livros. Se Benjamin pensou uma Berlim para crianças através de narradores que o acompanharam no desejo de contar uma história, nosso caminho também tem como resposta categorias para definir narradores de nossas horas, aproximados culturalmente e atentos com a escuta da infância. Como resultado dessa pesquisa bibliográfica e conceitual, a escrita narrativa é a nossa escolha para finalizar este estudo, tornando fontes “radiofônicas” (canções, podcasts e vídeos) não um fim, mas como meio de definir nossos narradores, estes definidos pelas seguintes categorias: cidades, narradores e ruínas. Estes textos, ao todo oito, denominados como “Nossas horas” se espelham e se constroem através dos parâmetros teórico-metodológicos que cercam o conjunto dos programas que compõem A hora das crianças. Esta pesquisa desperta, portanto, referenciais que não estávamos atentos para relacionar ao campo da educação. Ao cultivar a escrita como pesquisa que se inspira no formato benjaminiano, apostamos em sua constelação de categorias e conceitos como construção metodológica. Não teremos uma cidade, como assim foi Berlim ao nosso pensador, mas de certa forma temos como objetivo revelar um território narrativo diverso para a pesquisa na educação.