Características acústicas da voz de falantes do português brasileiro nos diferentes ciclos da vida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Spazzapan, Evelyn Alves [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Voz
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/154248
Resumo: Introdução: Mudanças vocais ocorrem nos diferentes ciclos da vida podendo ser refletidas em medidas acústicas. Objetivo: investigar características da produção vocal de falantes do português brasileiro (PB) nos diferentes ciclos da vida a partir de um conjunto de medidas acústicas. Método: Foram incluídas 526 gravações de falantes do PB com idades entre 5 e 93 anos. As vozes desses falantes foram julgadas com qualidade vocal adequada para a idade por meio do parâmetro G da escala GRBAS. As gravações foram divididas em 12 grupos etários (5 a 7 anos; 8 a 9; 10 a 11; 12; 13 a 15; 16 a 18; 19 a 29; 30 a 39; 40 a 49; 50 a 59; 60 a 69 e 70 a 93 anos). Foi realizada análise acústica, extraindo os parâmetros: Frequência Fundamental (F0), jitter, shimmer e Noise-to-Harmonic Ratio (NHR) por meio do software Multi Dimensional Voice Program. O teste Two-Way ANOVA foi utilizado para investigar possíveis diferenças entre os grupos etários seguido do teste post-hoc Sidak para cada sexo separadamente. Para comparação entre os sexos dentro de cada faixa etária foi realizado o teste t student para amostras independentes. Resultados: Houve diminuição gradativa da F0 da infância à terceira idade para as mulheres. Idosas (60-93 anos) apresentaram F0 mais baixa do que os grupos etários com idades até 19 a 29 anos (p<0,00). Nos homens houve diminuição de F0 até a idade de 13 a 15 anos (p<0,00) e, depois, a mesma manteve-se estável. Diferenças entre os sexos ocorreram a partir da idade de 12 anos, com valores de F0 mais altos para as mulheres do que homens (p<0,00). A medida de Jitter apresentou valores elevados em mulheres na infância em relação à população de idosas (p≤0,02). Houve ainda diminuição de jitter em idosas de 70 a 93 anos quando comparado com adolescentes (p<0,00). Jitter foi mais elevado na infância do que em adultos na população masculina (p≤0,02). Não houve diferenças entre adultos e idosos tanto para homens quanto para mulheres. Na comparação entre os sexos, mulheres apresentaram valores de Jitter maiores do que homens (p<0,00). A medida de Shimmer foi mais elevada na infância e na adolescência em mulheres do que em adultas e idosas (p≤0,01). Houve aumento de Shimmer em homens idosos de 70 a 93 anos em relação aos idosos de 60 a 69 anos (p<0,05), adolescentes de 16-18 anos e adultos (19-39 anos) (p<0,00). De forma geral, não houve diferenças entre sexos nesta medida. O parâmetro NHR se manteve estável nos diferentes ciclos da vida. Em relação ao sexo, homens apresentaram maior valor de NHR do que mulheres (p<0,04). Conclusão: Da infância a terceira idade ocorreram mudanças vocais que foram refletidas nas medidas acústicas de F0, jitter e shimmer. Em relação ao sexo, em todas as medidas investigadas, não foram observadas diferenças entre os resultados de homens e de mulheres na idade mais jovem. Já no grupo etário mais velho, essa diferença foi encontrada em todas as medidas.