Efeito da proteína balanceada sobre a otimização biológica e econômica de frangos de corte e matrizes pesadas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Azevedo, Jefferson Moraes [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/204288
Resumo: O objetivo do estudo é avaliar as respostas de frangos de corte e matrizes pesadas submetidos a diferentes níveis de proteína balanceada de acordo com o conceito de proteína ideal e, baseado nestas respostas, propor uma abordagem para otimização econômica, avaliando os impactos entre as estratégias nutricionais que se fundamentam no máximo desempenho biológico em comparação a uma que busque máximo retorno econômico. Para isso, dois experimentos foram realizados. No primeiro experimento, foi avaliado a resposta de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb em função de diferentes concentrações proteína balanceada na dieta e, divididas em quatro fases de alimentação (Inicial) 1 a 14; (Crescimento) 15 a 28; (Final I) 29 a 42 e (Final II) 43 a 56 dias de idade. Foram utilizados seis tratamentos (concentrações de proteína balanceada na ração), arranjados em esquema fatorial (6 níveis de proteína balanceada x 2 linhagens x 2 sexos) perfazendo 24 tratamentos com quatro repetições de 26 aves, totalizando 2.496 aves distribuídas em 96 parcelas experimentais. As rações foram produzidas utilizando a técnica da diluição, onde uma ração com alto conteúdo proteico (A=283 g/kg) foi diluída com uma ração de baixo conteúdo de proteína (B=117g/kg), produzindo os seis níveis crescentes de proteína balanceada para cada fase. As duas dietas foram elaboradas para conter igual teor de energia metabolizável (EMAn), atendendo as exigências de vitaminas, minerais e a relação ideal dos aminoácidos. Foram avaliadas as variáveis de desempenho (peso corporal, ganho de peso, consumo de ração e ingestão de proteína), composição química (água, proteína, gordura e cinzas), rendimento de cortes (carcaça, peito, pernas (coxa+sobrecoxa), asas e restante). O consumo de ração em todos os períodos, em ambas as linhagens e sexos, aumentou à medida que o nível de proteína na dieta diminuiu e, em seguida, diminuiu acentuadamente nos níveis mais baixos de proteína. Somente aos 14 dias o consumo de ração diferiu entre as linhagens e os sexos, apresentando assim interação significativa; em todos os outros casos, as O consumo de ração diferiu apenas entre os sexos. Aos 14 dias, a resposta no peso corporal diferiu entre as linhagens e o sexo, enquanto em todas as outras amostragens eles diferiram apenas entre os sexos. A resposta na produção de carcaça, peito e asa aos 14 dias foi a mesma para ambas as linhagens e sexos, mas diferiu entre linhagens e sexos aos 28 dias. Aos 42 e 56 dias, a resposta diferiu apenas entre os sexos. A resposta no peso da perna (coxa mais sobrecoxa) aos 14 dias foi a mesma para ambas as linhagens e sexos, mas depois disso diferiu apenas entre os sexos. O conteúdo de lipídios corporais aumentou linearmente inicialmente e depois quadraticamente conforme o conteúdo de proteína da dieta foi reduzido. A análise econômica identificou que, usando como base os valores de marcado atuais, o conteúdo de proteína da dieta que maximizou a margem sobre o custo da ração foi sempre maior para machos do que para fêmeas e para aves vendidas processadas em relação àquelas vendidas vivas. Usando lisina como aminoácido de referência, o ótimo econômico no período inicial para machos vendidos vivos foi obtido com uma concentração de 12,1 g lisina/kg sendo 14,1 g/kg quando essas aves são vendidas abatidas; para as fêmeas os valores equivalentes foram 11,3 e 13,7 g/kg, respectivamente. Quando o custo dos ingredientes que contêm proteína foi aumentado em 25%, ou a receita gerada com a venda do produto reduzida em 25%, o nível econômico ideal de proteína dietética aumentou em comparação com o valor do preço base, sendo este aumento maior para as aves vendido vivas. O oposto ocorreu quando os custos foram aumentados ou as receitas diminuíram 25%. Em síntese, a análise econômica identificou que, dependendo de o cenário econômico, preconizar o máximo desempenho poderá originar perdas econômicas, e que buscar ajustar os níveis de proteína da dieta de acordo com as mudanças do cenário econômico parece ser a estratégia mais viável para o aumento da rentabilidade de um sistema de produção de frangos de corte. No segundo experimento, foi avaliado o desempenho produtivo e composição corporal de matrizes pesadas submetidas a 5 níveis de proteína balanceada em duas quantidades diárias de oferta de ração. Para isso um total de 200 de aves reprodutoras (Ross 308) com 55 semanas de idade foram distribuídas aleatoriamente em gaiolas individuais. Os tratamentos foram constituídos por cinco diferentes concentrações de proteína balanceada ofertadas em duas quantidades diárias (150 a 170 g/dias) perfazendo um delineamento inteiramente casualisado alocado em arranjo fatorial com 10 tratamentos de 20 repetições. Não houve interação (p> 0,05) entre a quantidade de ração ofertada (FA) e a proteína balanceada da dieta (BP) para nenhuma variável avaliada. A produção de ovos (EP) não foi influenciada (p> 0,05) pelos tratamentos, mas o peso dos ovos (EW) e a massa de ovo (EO) aumentaram com os níveis de BP, mas não foram afetados pela FA. O ganho de peso corporal (BWG) e a retenção de proteína corporal (BPR) também aumentaram com a BP, mas não foram afetados pela FA, enquanto a retenção de gordura corporal (BFG) teve um incremento apenas com a FA. Consequentemente, a energia total retida no corpo (BPRt) aumentou tanto com PA quanto AF, enquanto a energia corporal retida como proteína (BPRp) e gordura (BPRg) foram influenciadas apenas pela BP e FA, respectivamente. A energia total retida (TER) também aumentou com os dois fatores, enquanto a produção total de calor (THP) reduziu com a BP e aumentou com a FA. Mesmo no final da vida produtiva, as matrizes de corte são capazes de manter seu desempenho reprodutivo alterando a composição corporal e consequentemente afetando a partição de energia.