Eventos de oralidade na escola: vozes e repertórios para (re)construção histórica e social

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Regonato, Gélcina de Freitas Solana [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/251709
Resumo: Esta dissertação tematiza o trabalho com oralidade a partir de uma pesquisa teórico-prática que se articulou para a formação de uma consciência crítica dos pressupostos históricos e sociais dos silenciamentos que se refletem na escola de modo geral e para a proposição de um evento significativo de cunho artístico-educacional envolvendo aos alunos da educação básica (9º ano do ensino fundamental e ensino médio), no sentido de romper com esses impedimentos e ampliar repertórios e a competência comunicativa. Para se pensar a escola de trabalho como local de eventos orais, a professora pesquisadora propôs a formação de um coletivo de professores com o intuito de refletir sobre dois percursos teóricos pesquisados e aqui descritos. Assim, divididos em dois ciclos de estudos, foram partilhadas as causas históricas dos silenciamentos e da exclusão linguística oriunda das relações de poder e violência simbólica na engrenagem social, percurso que congregou um aporte histórico-sociológico do poder de fala (Dijk, 2008) e de violências dos currículos ocultos dos sistemas educacionais (Bourdieu,1989). Em um segundo ciclo, foram debatidos os preceitos de trabalho com gêneros orais no contexto atual, desde normativas da BNCC e as diferentes concepções linguagem que afetam práticas docentes de Língua Portuguesa e os chamados letramentos e multiletramentos em oralidade com gêneros multimodais. Este percurso se insere na concepção dialógica de linguagem e da abordagem dos gêneros secundários dos ideários bakhtinianos. Também foram trazidos outros autores que tematizam oralidade para sustentação da linha teórica e prática. Além disso, dois relatos, rastros de experiências da professora-pesquisadora com projetos envolvendo sarau e uma roda de conversa literária sinalizaram para o surgimento de proposições na escola que buscam romper com rotinas de aulas sedimentadas na hegemonia do ensino da escrita. Desse mote, surgiu o produto, um espetáculo teatral com a renomada peça “Cala Boca já morreu” de Luiz Alberto de Abreu. Esta atividade foi proposta e aplicada de modo interdisciplinar para ampliação de repertórios no campo linguístico, artístico e cultural dos envolvidos. A escolha pelo teatro como intervenção deu-se, além de outros fatores, pelo caráter multimodal (múltiplas formas de expressão) desse gênero secundário ou hipergênero descrito no percurso teórico e pela possibilidade de pôr a comunidade escolar em contato com uma arte a ela inacessível (como atuação ou fruição). A pesquisa qualitativa, portanto, além da análise e descrição deste produto, percorreu trilhas teóricas, se alimentou e retroalimentou da reflexão e do diálogo (entre pares e discentes) na solução dos problemas em um compromisso estético e político com a realidade de um entorno de fragilidade econômica.