Potencial de diferenciação de células-tronco mesenquimais tecido adiposo humanas expostas ao 2,3,7,8-tetraclorodibenzo-p-dioxina (tcdd) e bisfenol a (bpa)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Nunes, Helga Caputo [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/154841
Resumo: Células tronco mesenquimais (CTMs) possuem papel relevante na manutenção da homeostase e reparação em casos de lesão tecidual através da renovação do estoque celular. Tais células são implicadas na medicina regenerativa e terapia celular como fontes promissoras, sendo o tecido adiposo uma rica e relevante fonte dessas células. Nesse sentido, as células tronco mesenquimais derivadas de tecido adiposo (CTMs- TA) surgem como alternativa segura em estudos pré-clínicos e clínicos. As chamadas “Boas Práticas em Cultura Celular” (do inglês Good Manufacturing Practices - GMPs) tem sido utilizadas como uma nova abordagem para obtenção de controle de qualidade para fins terapêuticos. Neste contexto, o controle toxicológico dessas células surgem como uma questão relevante. Considera-se que os disruptores endócrinos mimetizam a ação de certos hormônios endógenos. Dessa forma, o BPA é conhecido por mimetizar o receptor de estrógeno e também causar alterações no processo de adipogênese. Já o TCDD possui afinidade com o receptor aril hidrocarboneto (AhR), assim como interfere através das vias de sinalização de estrógenos e andrógenos. Desta maneira, o presente estudo teve como objetivo geral testar o potencial de diferenciação das CTMs- TA humanas e de rato na presença dos compostos BPA e TCDD. Os objetivos específicos foram: a quantificação de proteínas relacionadas ao fenótipo de células- tronco, bem como de receptores específicos de ligação desses compostos, testes para verificação do possível perfil apoptótico e genotóxico dessas substâncias e quantificação do potencial de diferenciação adipogênica e osteogênica dessas células quando expostas. Primeiramente, CTMs-TA advindas de cultura primária humana ou de rato, foram obtidas, expandidas e caracterizadas. Assim, essas células foram expostas à 1uM e 10uM de BPA e 10nM de TCDD durante 7 dias. Análises por citometria de fluxo, ensaios de MTT, Western Blot para as proteínas ABCG2, BAK, SOX2, AhRe ERβ, ensaio de Apoptose/necrose, ensaio de genotoxicidade e quantificação espectrofotométrica do potencial de diferenciação das CTMs-TA foram realizados e analisados. A análise do MTT revelou que o BPA (1uM) para CTMs humanas alterou a atividade metabólica no sentido anti-proliferativo, já para as células de rato, tanto o BPA (10uM) quanto o TCDD (10nM) apresentaram caráter indutor de proliferação. Nas células humanas, o TCDD aumentou a concentração das proteínas ABCG2 e AhR. Para BAK, SOX2 e ERβ, nenhuma diferença foi observada entre exposições ou grupos analisados Ambos compostos testados induziram apoptose nas células de rato e mostraram-se genotóxicos após a análise do ensaio do cometa. Para a quantificação da diferenciação adipogênica, a concentração de 1uM de BPA foi capaz de induzir maior diferenciação, o que não ocorreu com nenhuma das concentrações dos compostos quanto à diferenciação osteogênica. No presente trabalho foram analisadas tanto CTMs humanas quanto de ratos, e, nesse sentido, foi possível verificar acentuada diferença entre os comportamentos celulares de cada espécie e verificar a existências de poucos trabalhos sobre a presente temática. Sendo assim, com os presentes achados, é possível concluir que o BPA na concentração de 1uM apresentou atividade tóxica para hASCs fortalecendo os achados de que doses baixas têm maior ação prejudicial que doses mais elevadas. Além de enfatizar a ação do TCDD via receptor AhR nas CTMs, os nossos resultados mostram que o TCDD elevou da expressão da proteína ABCG2 nessas células, o que indica que este composto pode alterar o fenótipo de células-tronco bem como a expressão de receptores do tipo bomba de influxo e efluxo de xenobióticos.