Ação da melatonina na modulação do câncer de colo de útero

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Frigieri, Barbara Maria
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/215771
Resumo: O carcinoma de colo de útero, também chamado de câncer cervical, é o segundo tipo de neoplasia mundialmente mais frequente em mulheres. A cada ano surgem cerca de 530 mil novos casos, sendo a quarta causa de morte em países em desenvolvimento, com aproximadamente 275 mil mortes por ano. O tratamento para câncer de colo de útero inclui cirurgia, terapia por irradiação e quimioterapia, mas por serem métodos invasivos, pesquisadores têm buscado novos fármacos antitumorais para auxiliar a eficiência dos tratamentos. A melatonina seria um desses fármacos, pois tem atividade antitumoral por meio de vários mecanismos, incluindo seus efeitos antiproliferativos e pró-apoptóticos, bem como sua potente ação pró-oxidante em células tumorais. Melatonina é um hormônio natural produzido pela glândula pineal, regula o ritmo circadiano, possuindo propriedades imunomoduladoras, anti-inflamatórias e anti-oxidantes. Em função da importância da melatonina, foi proposto o presente trabalho que teve como objetivo geral avaliar seu potencial efeito nas células neoplásicas sobre a morfologia, proliferação e migração celular, citotoxicidade, genotoxicidade, apoptose, ciclo celular e expressão gênica, observando como ocorre essa ação e como essas alterações podem participar do processo tumorigênico. Foram utilizadas duas linhagens tumorigênicas, uma de carcinoma de colo de útero (SiHa) e outra de adenocarcinoma de colo de útero (HeLa), além de uma linhagem de células não tumorigênicas, derivada de células de queratinócitos da pele humana (HaCaT), tratadas com melatonina (concentração de 100nM e 1mM) por 4, 24, 48 e 72 horas. Nós observamos que a melatonina não alterou a morfologia celular, mas reduziu a proliferação e migração celular, não foi citotóxica, mas foi genotóxica, reduziu formação de colônias tumorais, induziu o processo de apoptose inicial, tardia e necrose e estimulou as células a estacionarem nas fases G1/G0 e G2/M do ciclo celular. Além disso, observamos que a melatonina também modulou a via gênica PI3K/AKT, pela ativação dos receptores MTNR1A e MTNR1B e diminuição de AKT. Dessa maneira, a melatonina parece apresentar uma ação antitumorigênica, por mecanismos relacionados às vias antiproliferativas, antimigratórias e apoptóticas, e abrem novas possibilidades de estudos futuros para terapias associadas ao câncer de colo de útero.