Efeito de atividade física no desempenho motor e controle postural em crianças com dislexia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Dias, Josenaldo Lopes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/255934
Resumo: Dificuldades de aprendizagem são frequentes e constituem um enorme problema para os alunos e para o sistema de ensino. Quando estas dificuldades não estão associadas a problemas neurológicos e condições do ensino, as mesmas constituem um quadro denominado de dislexia. Diversas evidências mostraram que crianças diagnosticadas com dislexia, que apresentam dificuldades em realizar a escrita e leitura, também apresentam dificuldades em habilidades motoras e, recentemente, estas dificuldades foram associadas ao uso de informação sernsorial para controlar e realizar ações motoras. Se dislexia estiver relacionada com a relação entre informação sensorial e ação motora, seria interessante de verificar se essa relação poderia ser alterada por decorrência de um programa de atividade física específico. Dessa forma, o objetivo desse estudo foi investigar os efeitos de um programa de atividade física no desempenho motor e controle postural de crianças com dislexia desenvolvimental. Participaram deste estudo 25 crianças com idade entre 7 e 11 anos, diagnósticas com dislexia e pertencentes a duas escolas municipais da cidade de Campina Grande–PB. As crianças realizaram um teste de coordenação motora manual, de agilidade e de coordenação motora global (KTK) e foram avaliadas durante a manutenção da postural em pé utilizando uma plataforma de força, em duas bases de apoio com e sem visão. Após a realização dessa bateria de testes, todas as crianças participaram de um programa de intervenção motora, constituído de 28 sessões de exercícios sensório-motor e desenvolvido de forma lúdica, ao longo de aproximadamente três meses. Após a participação no programa de intervenção, as crianças novamente realizarão os mesmos testes realizados antes do programa de intervenção. Os resultados indicaram melhora no desempenho de todos os testes motores, com as crianças com dislexia melhorando a coordenação motora manual, a agilidade, e a coordenação motora global. Ainda, o desempenho do controle postural não foi diferente entre o pré e o pós-teste para a condição de manutenção da postural em pé menos exigente (apoio bipodal), porém todas as variáveis utilizadas para verificar o desempenho do controle postural indicaram melhora para a posição semi-tandem stance. Análise mais pormenorizada demonstrou que a melhora no controle postural ocorreu decorrente da melhora na manutenção da postural em pé sem o uso de informação visual. Assim, os resultados do presente estudo mostraram que um programa de intervenção motora melhora o desempenho de crianças com dislexia em tarefas motoras e no controle postural. Mais importante, o melhor desempenho no controle postural de crianças com dislexia ocorreu pelo menor uso de informação sensorial para controlar a postura em pé. Com base nestes resultados, pode-se sugerir que crianças com dislexia desenvolvimental podem tirar vantagem de um programa de intervenção motora e que os benefícios estão relacionados ao uso de informação sensorial para controlar uma determinada ação motora.