Caracterização da resiliência e vigor de ovinos lanados criados em sistema extensivo no Uruguai

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Pimenta, José Luiz Leonardo de Araujo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/256517
Resumo: A busca por ovinos vigorosos e resilientes ao meio produtivo é uma tendência dentro dos sistemas produtivos, porém deve-se levar em consideração a produtividade, pois de nada vale a seleção de animais resilientes, se não atingirem os parâmetros produtivos e de qualidade que o mercado exige. A produção de ovinos é um setor tradicional da agricultura uruguaia, sendo esta desenvolvida principalmente sobre as pastagens naturais do país. Neste sentido, objetivo do estudo foi realizar a caracterização fenotípica da resiliência e vigor de ovinos lanados das raças Corriedale, Merino Australiano e Merino Dohne, criados em sistema extensivo no Uruguai, assim como as relações entre as diferentes variáveis avaliadas dentro de cada raça. O estudo foi realizado nas Unidades Experimentais de La Magnólia (UELM) e Glencoe (UEG), pertencentes à Estação Experimental INIA- Tacuarembó, durante os anos de 2018 a 2021, totalizando 4 anos. Para a caracterização dos rebanhos, foram coletadas informações tanto das matrizes, como das progênies. Em todas as progênies durante o primeiro ano de vida, foi registrado: sexo; peso vivo (ao nascer, na identificação e no desmame); sobrevivência às 72 horas, na identificação e no desmame; condição corporal; temperamento. Em matrizes adultas foram avaliados: peso vivo e condição corporal (na tosquia, pré-parto e desmame); taxa de prenhez e parição (fertilidade); tipo de parto (prolificidade); dificuldade no parto e habilidade materna. Se realizaram análises descritivas da informação fenotípica coletada dentro das raças, regressões lineares sobre variáveis quantitativas y regressões logísticas quando a variável dependente fora binomial u ordinal. Como resultados foi verificado que a categoria materna influenciou (p<0,05) a dificuldade ao parto no rebanho Corriedale. No rebanho Merino Australiano foram verificadas influências significativas (p<0,05) das variáveis condição corporal materna, tipo de parto e peso vivo do cordeiro ao nascer sobre a dificuldade ao parto. O tipo de parto apresentou efeito significativo (p<0,05) em todos os rebanhos avaliados sobre a habilidade materna. O peso vivo ao nascer também causou influência (p<0,05) sobre a habilidade materna nos três rebanhos avaliados. O peso vivo ao nascer influenciou (p<0,05) diretamente na sobrevivência nas primeiras 72 horas de vida de cordeiros do rebanho Corriedale e Merino Australiano. Nos rebanhos Corriedale e Merino Australiano foi verificado que o peso vivo ao nascer influenciou diretamente (p<0,05) a sobrevivência dos cordeiros nas três etapas avaliadas no estudo (ao nascer, na identificação e ao destete). O mesmo foi observado para a variável ‘’tipo de parto’’ nos rebanhos Merino Australiano e Merino Dohne nas fases de identificação dos cordeiros (aos 20 dias de vida) e na desmama. O peso ao nascer é o fator preponderante em explicar a sobrevivência dos cordeiros, visto que cordeiros de maior peso corporal são em geral mais fortes, se levantam após nascer mais rapidamente e sugam a teta da mãe com mais força. A habilidade materna apresentou influência (p<0,01) sobre a sobrevivência de cordeiros Merino Dohne nas fases de identificação e desmama. O peso vivo ao nascer é a característica que mais sofreu influências (p<0,05) de outras variáveis. Nos três rebanhos avaliados foi observado que cordeiros nascidos de ovelhas adultas, com pesos vivo ao pré-parto e condição corporal superiores, tendem a trazer cordeiros mais pesados no momento do parto. Assim como foi verificado que cordeiros machos e oriundos de parto simples, tendem a terem maiores pesos ao nascer que cordeiras fêmeas ou oriundos de partos gemelares. Para a variável temperamento dos cordeiros, foi observado que na raça Corriedale, levando em consideração os parâmetros ‘’calmo’’ ou ‘’reativo’’, cordeiros machos, oriundos de mães borregas, apresentaram-se mais calmos, enquanto nas raças Merino Australiano e Merino Dohne foram verificados que cordeiras fêmeas, oriundas de ovelhas adultas, foram mais reativas. Conclui-se que os rebanhos das raças Corriedale, Merino Australiano e Merino Dohne apresentaram baixas taxas de complicação ao parto e elevada taxa em habilidade materna, o que beneficia em altas taxas de sobrevivência dos cordeiros. Nos três rebanhos, ovelhas apresentam maior escore de habilidade materna que borregas, e este fato pode estar relacionado a experiência prévia desses animais com suas proles. Neste estudo, cordeiros machos apresentaram maior peso ao nascer, além disso, os resultados mostram que a condição corporal ao pré-parto de ovelhas com partos gemelares possui papel importante na sobrevivência dos cordeiros. A mortalidade de cordeiros é um dos fatores que gera uma das maiores perdas na eficiência do sistema produtivo. Isto ocorre com maior frequência durante as primeiras horas de vida do cordeiro e a magnitude da sua incidência é influenciada por fatores muito variados, sendo verificado que quanto maior o número de cordeiros por parto, menor a taxa de sobrevivência dos mesmos. A promoção da resiliência, pode ser feita a través da melhora del bem-estar de ovinos manejados em sistemas extensivos no Uruguai, envolvendo uma gama de características fisiológicas, comportamentais e ambientais, que trabalhadas conjuntamente, proporcionam maiores índices de produtividade dos rebanhos.