Movement ecology and spatial distribution of Tayassu pecari in heterogeneous tropical landscapes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Oshima, Júlia Emi de Faria [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/183519
Resumo: Modificações da cobertura do solo, perturbações antropogênicas e mudanças climáticas na região Neotropical têm sido associadas à crise da biodiversidade. Nesta tese, o objetivo principal foi investigar os efeitos que a estrutura da paisagem (incluindo a perturbação antropogênica) e a qualidade do habitat têm na distribuição espacial, nos padrões de movimento e na seleção de habitat da queixada - Tayassu pecari. Esta espécie é o único ungulado florestal Neotropical que forma grandes bandos e é uma espécie-chave nos ecossistemas florestais, pois sua extinção local pode causar perdas adicionais de biodiversidade por meio de efeitos em cascata. Ainda assim, pouco se sabe sobre uso do espaço e movimentos de queixadas em escala fina. Para tanto, estudamos a distribuição e movimentação da espécie em diferentes escalas e biomas do Brasil, investigando quais variáveis de paisagem influenciaram a mesma em diferentes escalas e ordens de seleção. Nossos resultados mostram fortes efeitos negativos da modificação da paisagem e fragmentação do habitat na distribuição de queixadas, restando apenas 47% do território brasileiro com áreas adequadas para a espécie. Verificamos que menos da metade de todas as áreas protegidas nos biomas Cerrado e Mata Atlântica têm um habitat adequado para a queixada. Para a análise do movimento, rastreamos 30 indivíduos com colares de GPS de julho de 2013 a outubro de 2016 no Pantanal e no Cerrado do estado do Mato Grosso do Sul. Nossos principais resultados mostraram uma seleção positiva de queixadas para áreas florestais quando comparada com a matriz composta principalmente por pastagens. Uma porcentagem maior de cobertura de árvores, maiores áreas de floresta, proximidade de fontes de água e proximidade com o centro de fragmentos tiveram um efeito positivo na seleção de habitat. A queixada evitou áreas de declividade mais íngremes, estradas pavimentadas e áreas de maior densidade populacional humana. A distância máxima que as queixadas cruzaram na matriz da paisagem não excedeu 700m. Nossos resultados mostraram que a conectividade funcional para a queixada pode ser limitada pelo tipo de cobertura da terra, por estradas pavimentadas e por regiões altamente povoadas, e essa informação pode ser aplicada para determinar novas ações de manejo de conservação em nossa região de estudo. Além disso, a distância média diária percorrida para os indivíduos monitorados foi de 3501m. O tamanho total da área de vida teve valores médios que variaram dependendo do estimador utilizado: 28 km2 (MCP), 33 km2 (minHREFK) e 52 km2 (AKDE). Com este estudo, pudemos identificar que mudanças sazonais nos recursos e no contexto da paisagem podem desencadear mudanças nos padrões de movimento e na área de vida durante a vida dos animais. Analisar o comportamento de movimento e área de vida de indivíduos em diferentes biomas e escalas de tempo e espaço pode levar a diferentes conclusões sobre os requisitos de habitat para a persistência da espécie, e essa informação é essencial para a conservação da mesma em paisagens heterogêneas produtivas.