Periodontite e desgaste dentário em ovinos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Agostinho, Sabrina Donatoni [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/151210
Resumo: Periodontite e desgaste dentário excessivo são as duas enfermidades orais que mais comumente afetam a dentição de ovinos. De etiologias multifatoriais, são responsáveis por grandes perdas econômicas em diversas regiões do mundo, decorrentes das dificuldades na preensão e mastigação dos alimentos e na ruminação. A periodontite ovina é caracterizada por inflamação gengival e formação de bolsa periodontal, além de perda precoce da unidade dental. O desgaste dentário é a perda gradual e irreversível de estruturas dos dentes, pelo contato físico repetitivo ou por agente químico. O presente estudo teve como objetivos relatar a ocorrência de periodontite e desgaste excessivo da unidade dental, bem como avaliar a presença de biofilme supragengival, em ovelhas em fase reprodutiva. A ocorrência de lesão periodontal, avaliada pela recessão gengival, foi observada em 58% das 129 ovelhas examinadas, das quais 16% apresentaram lesão nos incisivos e 53% nos dentes mastigatórios. Todos os animais avaliados apresentaram algum grau de biofilme aderido à superfície dos dentes, representando um importante fator de risco para o desenvolvimento de periodontite. O desgaste da coroa dental foi observado em 100% dos dentes mastigatórios e 88% dos incisivos, em graus variados. Em estudo complementar, para a caracterização da microbiota envolvida na periodontite ovina, foi realizado o exame da cavidade oral de 63 animais, de diferentes regiões do Brasil, sem distinção de gênero, raça e idade, e nesse universo amostral, também se avaliaram arcadas dentárias de ovinos abatidos em frigorífico com inspeção oficial. Na avaliação da microbiota presente na bolsa periodontal (n=131) e no sulco gengival (n=52) dos animais examinados, pôde-se associar a ocorrência de Fusobacterium nucleatum, Tannerella forsythia e Fusobacterium necrophorum com a periodontite ovina. Nesse contexto, o presente estudo contribuiu com informações originais sobre a coocorrência de periodontite e desgaste dentário excessivo em ovelhas utilizadas na reprodução, sugerindo que, embora de etiologias diferentes, as duas enfermidades possuem um fator de risco em comum. Através da análise qualitativa da microbiota de bolsas periodontais, foi possível sugerir alguns periodontopatógenos envolvidos na periodontite ovina e suas inter-relações simbióticas, dados fundamentais para o desenvolvimento de estratégias para profilaxia e tratamento da afecção oral.