Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Tavares Junior, Antonio Carlos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/239073
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Resumo: |
Variáveis como o estilo, a técnica, a tática e o tempo de luta são determinantes na preparação do judoca e são construídas ao longo do tempo de treinamento. Assim, a Preparação Desportiva de Longo Prazo é importante ao possibilitar o planejamento do treinamento nas diversas fases da carreira de um atleta. Sobre resultados competitivos, nenhum país tem mais sucesso no judô do que o Japão. Além dos fatores culturais e socioeconômicos, o sucesso do judô japonês está relacionado ao trabalho de base, a estrutura e a possibilidade dos atletas se desenvolverem em condições para alcançarem a elite esportiva. Portanto, é evidente que a organização e a metodologia de treinamento do judô japonês, desde as categorias de base, sejam interesses de estudo. Nesse sentido, diante da tradição e hegemonia do judô japonês, a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) selecionou treinadores para um estágio, organizado pelo governo japonês, na Universidade de Tsukuba e na Kodokan, entre 15 de setembro e 14 de outubro de 2019, o qual contou com dez treinadores de judô, um deles o autor dessa tese. Considerando o intercâmbio no Japão, o presente autor verificou uma convergência entre a metodologia de treinamento japonesa e o processo competitivo, em que as regras de competições são específicas até os 15 anos de idade. Essas particularidades coadunam com as perspectivas da Preparação Desportiva de Longo Prazo incentivando o desenvolvimento físico e técnico-tático dos atletas de maneira contínua e gradativa, evitando a Especialização Esportiva Precoce. Essas regras também demonstram preocupação com o aumento da segurança dos jovens judocas. Também desconhecemos se outras potências do judô possuem regras específicas para suas categorias de base. Diante do exposto, o objetivo dessa tese é analisar as características de organização e metodologia de treinamento de longo prazo e competição do judô japonês, o sistema competitivo de regras de competição das categorias de base das principais potências mundiais no judô e conhecer a percepção dos treinadores brasileiros sobre as regras praticadas nas categorias de base do judô brasileiro, com relação a segurança, Especialização Esportiva Precoce e Preparação Desportiva de Longo Prazo. Para responder aos objetivos propostos utilizou-se metodologias de pesquisa exploratórias e descritivas, como um estudo de caso, através de um relato de experiência do judô japonês, a análise documental das regras de competição categorias Sub-9, Sub-11, Sub-13 e Sub-15 das principais potências mundiais do judô e um Survey com treinadores de judô brasileiros, quanto as regras das categorias de base. Nossos resultados revelaram que a metodologia aplicada no processo de preparação do judô japonês coaduna com as propostas de Preparação Desportiva de Longo Prazo. Sua metodologia pode ser dividida em: Iniciação Esportiva, a qual preconiza a aquisição de um amplo leque motor; Especialização Inicial, em progressão para uma grande variedade de habilidades específicas do judô; Especialização Profunda, período de grande aprofundamento técnico e tático e melhora das capacidades motoras condicionais necessárias para o desempenho; Direcionamento para o Alto Rendimento, com foco nos resultados competitivos. Esta metodologia é baseada no princípio de ensino-aprendizagem / treinamento presente na cultura do Budô japonês denominado de Shuhari: “Shu”: observar; “Ha”: romper; “Ri”: transcender. Também identificamos que além do Japão, França e Rússia, as principais potências do judô mundial possuem regulamentos específicos para suas categorias de base: Sub-9, Sub-11, Sub-13 e Sub-15 - por meio de regulamentos específicos das regras de competição ou condutas pedagógicas exclusivas paras os campeonatos dessas faixas etárias. A proibição das ações técnicas aplicadas de joelhos, de Makikomi, de Sutemi Waza e a restrição de alguns contra ataques, são comuns, entre as três potências, até a classe Sub 13. Por outro lado, o Brasil, quinta maior potência mundial do judô, não possui nenhum tipo específico de regulamentação ou orientação pedagógica específica para a competição dessas categorias de base, exceção feita a dois Estados: RJ e RS, que possuem poucas regras especiais até a classe Sub-11. Contudo, após a aplicação de um questionário, para 166 treinadores de diversas regiões do Brasil, construído e validado para mensurar a percepção de treinadores de judô quanto as regras de competição das categorias Sub-9, Sub-11, Sub-13 e Sub-15, considerando as perspectivas de segurança, Especialização Esportiva Precoce e Preparação Desportiva de Longo Prazo podemos afirmar que 63,2% dos treinadores brasileiros são favoráveis a alterações nas regras das categorias de base, 71,1% consideram que as regras influenciam a Especialização Esportiva Precoce, 51,8% consideram que as regras não contribuem com a Preparação Desportiva de Longo Prazo e 44,5% consideram as regras dessas categorias inseguras. Nesse sentido, levando em conta a literatura em ciências do esporte, as regulamentações específicas para as categorias de base das principais potências mundiais do judô e os exemplos de outros esportes finalizamos a tese com uma proposta de regulamentação específica para as classes Sub-9, Sub-11, Sub-13 e Sub-15 do judô brasileiro com o intuito de promover uma aplicação prática desse Estudo. |