Leishmaniose tegumentar americana e a relação doença-espaço geográfico: aportes para a gestão dos Parques Estaduais do Aguapeí e do Rio do Peixe-SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Henriques, Natália Poiani [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/152880
Resumo: A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é uma doença infecto-parasitária, não contagiosa, transmitida aos mamíferos através da picada de fêmeas de flebotomíneos, infectadas por protozoários do gênero Leishmania. Caracterizada por afecções dermatológicas, a doença apresenta atualmente três padrões epidemiológicos e ampla distribuição geográfica. A preocupação em se entender a doença e seus fatores determinantes não é recente, e dentre eles, é preciso considerar como se processa a produção do espaço e a relação da sociedade com a natureza, o que reforça a importância dos estudos geográficos. Os Parques Estaduais do Aguapeí (PEA) e do Rio do Peixe (PERP) e os municípios que os integram, compõem a área do presente estudo, cujo objetivo geral consistiu em analisar a relação entre o espaço geográfico e a LTA, de modo a contribuir com a gestão destes espaços especialmente protegidos. Para tanto, na revisão bibliográfica, retomamos os processos de ocupação da região e os estudos da doença no estado de São Paulo em diferentes contextos históricos. Consideramos as notificações dos casos humanos da doença de 1998 a 2016, a ocorrência de casos nas proximidades dos parques e as relações socioespaciais existentes no interior dos mesmos. Utilizamos armadilhas luminosas tipo CDC para a captura de espécies de flebotomíneos e analisamos os planos de manejo com vistas à identificação da abordagem epidemiológica. Assim, constatamos que a situação epidemiológica da doença na área de interesse caracteriza-se por casos esporádicos com evidências da ocorrência de um surto em alguns municípios do PEA no ano de 2015, quando observamos um incremento significativo na participação da área de estudo nos casos totais do Estado. Foram capturadas 12 espécies de flebotomíneos, das quais Bichromomyia flaviscutellata, Migonemyia migonei, Nyssomyia neivai, Nyssomyia whitmani e Pintomyia fischeri estão associadas à transmissão da LTA. Constatamos ainda que os planos de manejo atuais não contemplam o levantamento entomológico e não abordam aspectos epidemiológicos desta ou de outras doenças. Considerando os perfis epidemiológicos da LTA e as relações sociais que ocorrem no interior dos parques, ao trazermos para a reflexão a noção de risco e vulnerabilidade em saúde, propomos ações e destacamos medidas preventivas individuais e coletivas, contribuindo para a gestão destes espaços no tocante ao risco da transmissão desta doença.