Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Bosco, Mirela |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/213474
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Resumo: |
A saúde e a sexualidade têm seus conceitos modificados ao longo do processo evolutivo da humanidade. Com os conhecimentos adquiridos é possível defini-los a partir de uma perspectiva mais ampla que contemple aspectos múltiplos e que proporcione intervenções a nível de prevenção, promoção e reabilitação. A Educação Sexual (ES), quando sistematizada e organizada, é um formato de ação que pode compor políticas públicas educacionais e de saúde a fim de proporcionar um experienciar da sexualidade mais saudável, coesa e integrativa. Na adolescência, a ES é de extrema importância devido aos riscos e às vulnerabilidades que os adolescentes vivenciam ao desejarem explorar as sexualidades e não terem meios informativos confiáveis para se espelharem e se embasarem. A sexualidade é inerente ao desenvolvimento humano e todos a experienciam – inclusive as subjetividades vistas socialmente como desviantes da norma, como é o caso das crianças e adolescentes com transtorno mental frequentadores do Centro de Atenção Psicossocial Infanto Juvenil (CAPSi). Dessa forma, esta pesquisa, dividida em estudo 1 e estudo 2, teve dois objetivos (a) realizar um estudo de revisão sistemática que identifique a sexualidade como fator integrativo do tratamento em pessoas com transtorno mental nas bases de dados com estudos brasileiros e (b) compreender as concepções de profissionais de saúde mental atuantes no CAPSi sobre a sexualidade e educação sexual nesse serviço. No estudo 1, as bases de dados consultadas foram LILACS, SCIELO E CAPES. Foram localizados 81 artigos, no entanto após a aplicação de critérios de inclusão e da leitura dos resumos, somente 6 foram incluídos. Os resultados mostram uma definição de sexualidade naturalizada, parte do ser humano, bem como, como manifestação do transtorno - hipersexualização dos usuários. Indicam que há maior quantidade de estudos publicados na área de enfermagem que revela a perspectiva biologista aderida e ensinada pela sociedade e pelos dispositivos repressivos existentes e por fim, propõem como resolutiva para a sexualidade da pessoa com transtorno mental tanto a intervenção com as oficinas em sexualidade, quanto às medidas de repressão e controle das manifestações sexuais. No estudo 2, foram sete participantes de nível superior em um CAPSi de uma cidade do interior de São Paulo que responderam a uma entrevista com perguntas abertas elaborada pela pesquisadora e pela orientadora, aplicada no próprio serviço em sessões individuais que duraram aproximadamente 20 minutos. Os dados foram transcritos e analisados com base na análise de conteúdo. Os resultados apontam para uma compreensão maior de sexualidade como uma vivência própria do ser humano e parte do desenvolvimento. A maioria dos participantes entendem a ES como um espaço organizado e sistematizado a fim de orientar sobre práticas saudáveis, como a prevenção de infecções sexualmente transmissíveis e gravidezes não-planejadas e transformações do corpo. Quanto à existência de ES sistematizada no serviço, os entrevistados apontaram para a presença de formas secundárias em orientações quando aparecem demandas dentro dos atendimentos, e se colocam à favor de implementarem um projeto por entenderem ser uma necessidade dos adolescentes que frequentam o serviço. A intervenção poderia ser feita por qualquer profissional atuante em ES desde que tivessem uma capacitação e deveria ser oferecida a depender da demanda dos usuários em formato de oficinas fechadas em consideração a faixa etária de cada usuário, embora os profissionais atentem para as dificuldades em conscientizar os jovens e os familiares sobre a importância da ES. Por fim, relacionam a prática sexual saudável com a saúde mental em pontuar que há sofrimentos originados pela violência sexual e pelo preconceito familiar e a dificuldade de autoaceitação. Conclui-se, assim, a necessidade de investimento de uma Educação Sexual estruturada e emancipatória que auxilie na experiência saudável da sexualidade dos jovens e capacite os profissionais e familiares para educar as crianças e adolescentes no cotidiano. |