Uma modernização "pelo alto": a trajetória política do brigadeiro Eduardo Gomes (1896-1981): do movimento tenentista ao regime militar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Stringuetti, Lucas Mateus Vieira de Godoy
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
UDN
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/239190
Resumo: Esta pesquisa de doutorado tem como objetivo analisar a trajetória política do brigadeiro Eduardo Gomes (1896-1981). Consideramos que sua vida política se inicia em 1922, quando participou da Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro (RJ) e, termina em 1981, ano de sua morte. Esse recorte cronológico justifica-se pelo fato de o Brigadeiro ter-se dedicado fortemente a ações políticas até o final de sua vida. Defendemos a tese de que Eduardo Gomes foi partidário de uma modernização “pelo alto”, sob um viés autoritário — projeto que se concretizou com seu apoio e sua participação no Regime Militar instaurado em 1964, sobretudo no governo de Castelo Branco. Verificamos que Eduardo Gomes foi adepto de um liberalismo-conservador, por intermédio do qual lutou para manter a ordem social sob a tutela dos militares, além de ter sido defensor de uma maior aproximação do Brasil com os norte-americanos, em busca de investimentos do capital estrangeiro no país. Dessa maneira, atuou contra a intervenção estatal na economia e opôs-se a líderes políticos populistas, que se aproximaram das classes trabalhadoras, como Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart. Recuperar a biografia política do Brigadeiro também ajuda a entender que existe um imaginário produzido, mediante textos biográficos, sobretudo em 1945 — ocasião em que foi candidato à Presidência da República pela UDN —, por parte de instituições e grupos políticos aos quais o militar pertenceu, que o caracterizam de forma laudatória: como herói, revolucionário, patriota e herdeiro dos valores democráticos. Aliás, após a morte de Eduardo Gomes, ainda permanece ativa a tentativa de construção de uma memória positiva sobre ele, ligada a grupos dominantes. Ao mesmo tempo, este trabalho nos ajuda a compreender a constante participação e interferência dos militares na política brasileira ao longo do século XX, expondo, assim, as fragilidades que ainda assolam nossa democracia.