Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Daniela Emilena Santiago Dias de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/157368
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Resumo: |
O presente estudo buscou compreender a representação do feminino conferida pela Igreja Presbiteriana Independente por meio da análise da Revista Alvorada, uma produção dessa denominação que foi criada no final dos anos 60 e que tinha inicialmente o objetivo de falar para a mulher presbiteriana independente. Com tal intento realizamos a leitura de 71,0% do material produzido totalizando 185 revistas analisadas. Nosso desejo era o de analisar todas as revistas, mas não conseguimos acessar a todos exemplares. Além da análise dos artigos que comportam a revista, também estudamos as capas, e, imagens a ela vinculadas, assim como propagandas, e demais informações que estavam vinculadas à revista. A leitura nos permitiu separar e analisar com maior cuidado os textos que estavam direcionados especificamente para a mulher, e, partindo disso, identificamos quais eram as representações do feminino ali difundidas. Para a análise dos dados obtidos recorremos a noção de representação de Chartier e também aos conceitos de habitus e campo de Bourdieu, além de um rol amplo de pensadores que nos auxiliaram a compreender o protestantismo e sua organização no Brasil, e também nos respaldamos em vários outros autores para entender o desenvolvimento da imprensa no país, incluindo a imprensa feminina. Podemos constatar que a revista apresenta duas fases a saber: uma em que fala especificamente para a mulher e que perdura até meados dos anos 80 e outra em que fala para a família com especial destaque para o papel da mulher nesse processo e que tem início a partir de meados dos anos 90. Em ambos, a mulher retratada pela revista, e, por analogia a mulher que é também representada na Igreja Presbiteriana Independente é aquela que é preparada para o casamento heterossexual, para ter filhos, para ocupar-se do cotidiano necessário para a reprodução material da sua família. O trabalho feminino é apontado como algo que a mulher deve aceitar se as condições financeiras mostrarem essa necessidade ao passo que o estudo passa a ser estimulado nas produções dos anos 90 em diante. Na primeira fase a sexualidade feminina não é abordada, sequer é citada e emerge nas produções após 90 como uma sexualidade que deve ser sadia e necessária para a satisfação sexual do casal, além de ser o meio usado para garantir a reprodução da espécie. Ligada a noção de sexualidade vemos ainda que as questões de homoafetividade também não são abordadas na primeira fase da revista e passam a consolidar a discussão de alguns textos da segunda fase, porém, consideradas como um desvio da sexualidade originalmente pensada por Deus. O embasamento filosófico da revista também se altera entre as fases uma vez que na primeira fase temos a predominância à recorrência aos valores bíblicos e na segunda fase vemos uma tentativa de recorrer à pensadores contemporâneos desde que sirvam a uma interpretação religiosa. De certa forma vemos que a revista tenta se modernizar, buscando tornar-se aceita socialmente, porém, sem perder o embasamento religioso inicial. |