Dinâmica populacional do camarão “barba-ruça” Artemesia longinaris Spence Bate, 1888 (Crustacea, Decapoda, Penaeidae) em dois períodos distintos (intervalo de 20 anos) no litoral sudeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Bernardo, Camila Hipolito
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
APA
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/152239
Resumo: Artemesia longinaris Spence Bate, 1888 é considerada uma espécie monotípica endêmica das zonas costeiras do Atlântico Sul Ocidental. Vem sendo recentemente explorada comercialmente devido à queda nos estoques dos camarões de maior interesse comercial. Esse estudo visou comparar a distribuição espaço temporal da A. longinaris em um intervalo de 20 anos (novembro/1988 a outubro/ 1989 e novembro/2008 a outubro/2009) na Enseada da Fortaleza, em Ubatuba, São Paulo. Em ambos os períodos os indivíduos e fatores ambientais (temperatura e salinidade da água de fundo e superfície, sedimento) foram coletados em 7 transectos. Uma RDA foi feita para relacionar os fatores ambientais com a abundância dos indivíduos. O teste de Mann-Whitney foi realizado para comparar fatores ambientais e abundância dos indivíduos entre os dois períodos. Foram coletados de 3088 espécimes no primeiro período e 1252 no segundo, não havendo diferença significativa entre os períodos (p>0,05). Apesar de não apontada estatisticamente houve uma redução do número de indivíduos entre os períodos. Segundo resultados da RDA, uma forte correlação negativa entre a abundância e a classe C (silte+argila) do sedimento, mostrou que o aumento desse tipo de sedimento no segundo período, pode ter contribuído para a redução do número de indivíduos. Aliado a isso, houve menores reflexos da massa ACAS nesta enseada, ocasionando uma redução do número de indivíduos. Esta massa de água reduz as temperaturas de fundo, sendo que a espécie em estudo possui uma história evolutiva vinculada a águas oceânicas frias. Além das condições do sedimento e reflexos da ACAS, a intensa atividade de pesca de arrasto de camarão na região de Ubatuba pode ter contribuído para a redução do número de indivíduos, pois como já é sabido, a pesca de arrasto é considerada uma atividade predatória e causa desestabilização da comunidade bentônica. Em ambos os períodos a espécie se concentrou nos transectos mais profundos (I, VI e VII) onde as características ambientais eram mais favoráveis (temperatura baixa e salinidade alta). O conhecimento sobre a distribuição ecológica desta espécie é importante para que haja um manejo sustentável dos estoques pesqueiros. A Enseada da Fortaleza é desde 8 de outubro de 2008, uma Área de Proteção Ambiental (APA), que visa a preservação dessa biodiversidade. Estudos futuros poderão mostrar se o estoque do camarão A. longinaris está se recuperando devidos às medidas de proteção estabelecidas na região.