A prática pedagógica em Ciências de professoras dos anos iniciais do ensino fundamental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Abreu, Leiriani
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/181911
Resumo: Desde a década de 1970, o ensino de Ciências passou a ser obrigatório em todos os anos do ensino fundamental. Aprender Ciências desde o início da escolaridade é um direito da criança e torna-se fundamental quando se pensa na formação para a cidadania num mundo em que os conhecimentos científicos e tecnológicos estão cada vez mais presentes no dia a dia das pessoas. Ademais, o ensino de Ciências permite às crianças desenvolverem habilidades como observar, elaborar hipóteses, investigar, comparar resultados e compreender o mundo natural através de uma lógica científica. A literatura aponta que os professores polivalentes que atuam nos anos iniciais do Ensino Fundamental, muitas vezes, apresentam dificuldades para ensinar as diferentes disciplinas devido à falta de formação específica nas diversas áreas. O presente estudo tem como objetivo investigar a prática pedagógica em Ciências de professoras dos anos iniciais do Ensino Fundamental e a formação que possuem para ensinar essa disciplina. A pesquisa possui uma abordagem qualitativa. Seis professoras que atuam nos anos iniciais do Ensino Fundamental de uma mesma escola pública de um município de pequeno porte do interior de São Paulo foram os sujeitos da pesquisa. Os instrumentos de coleta de dados foram: questionário para caracterização pessoal das participantes; observação das aulas com registro no diário de campo; análise do material didático utilizado pelas docentes; e entrevista semiestruturada com o objetivo de conhecer a formação em Ciências que tiveram, fontes de aquisição de conhecimentos, como preparam e executam as aulas e o acesso à formação continuada das professoras investigadas. Os dados coletados mostram que todas as docentes possuem formação em Magistério e Pedagogia. Durante o curso de Magistério ou Pedagogia, não se lembram se tiveram alguma disciplina voltada para Ciências ou afirmaram que na Pedagogia com certeza não tiveram. As professoras manifestam uma experiência afetivamente positiva com a disciplina de Ciências durante sua formação na educação básica. Sobre a formação continuada em Ciências relataram ter feito um curso oferecido pelo governo federal denominado Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa e outro curso vinculado ao material didático que utilizaram anteriormente. Quase todas as docentes realizaram cursos de especialização (lato sensu) em áreas diversas, mas nenhuma o fez voltado para o ensino de Ciências. Reconhecem a importância e a necessidade de uma formação continuada que contemple o ensino de Ciências. Em relação a prática pedagógica em Ciências, foi observado o uso do material didático (apostila) adotado pelo município; a utilização da internet como um recurso para pesquisa de professoras e alunos; e que a estratégia de ensino mais utilizada foi a aula expositiva-dialogada, seguida pela realização de atividades práticas demonstrativas. O material didático utilizado não oferece uma abordagem interdisciplinar e as docentes afirmam desenvolver a interdisciplinaridade apenas em datas comemorativas ou fazendo a aproximação de alguns conteúdos. Contudo, não é uma prática sistemática. De modo geral, foi constatado que, como aponta a literatura, o ensino de Ciências é pouco valorizado frente a alfabetização e o ensino de Matemática, como fica evidenciado pelo pouco tempo disponível para ensinar Ciências e a formação deficiente das professoras nessa área. O ensino apostilado parece ser o principal fator que dificulta a autonomia docente, uma abordagem mais integrada dos conteúdos e a inovação curricular e metodológica.