A escolarização pública primária em Piracicaba (1857-1897)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Raphael, Cintia Lima [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/202845
Resumo: Trata-se de dissertação de mestrado voltada à investigação das escolas públicas primárias (provinciais/estaduais), em Piracicaba, município do interior do estado de São Paulo, no século XIX (1857-1897). A relevância da pesquisa sobre a escolarização primária pública em Piracicaba, no recorte proposto, apresenta-se em virtude da existência de poucos estudos sobre essa temática, no período anterior à escola primária graduada neste município, que futuramente seria um dos principais protagonistas da educação paulista. Essa pesquisa tem como objetivo principal compreender as formas pelas quais se estabeleceu a escolarização pública primária em Piracicaba, ao analisar a figura do/a professor/a. O recorte temporal definido para pesquisa se deve ao fato do ano de 1857 ser identificado como o mais remoto nas fontes documentais encontradas e, em 1897, a inauguração do primeiro Grupo Escolar no município – instituição escolar estadual emblemática do regime republicano, que alteraria profundamente o sistema educacional paulista. Os procedimentos metodológicos envolvem pesquisa bibliográfica e análise documental. A pesquisa tem caráter histórico e estabelece como critério de análise a perspectiva da História Cultural, notadamente, da Cultura Escolar. Nesse sentido, predominam as contribuições de Forquin (1993), Julia (2001), Souza (1998; 2009) e Escolano (2017) como referencial teórico. Dentre as fontes documentais estão as oficiais, tais como os ofícios de autoridades e atas da Câmara Municipal de Piracicaba e os anais da Assembleia Legislativa de São Paulo, complementadas por fontes jornalísticas - Gazeta de Piracicaba e A Provincia de São Paulo - e bibliográficas do período pesquisado. Como resultado, pôde-se constatar que a criação e supressão de escolas no município foi um processo dinâmico, que sofreu grande instabilidade, o que resultou numa visível variação numérica ao longo do período. Observamos que, em 1826 havia uma escola para meninos na localidade, enquanto em 1845, foi criada a primeira escola para meninas, houve ampliamento no decorrer do período, o que acarretou no ano de 1897 em 14 escolas públicas primárias destinadas para ambos os sexos. Ser professor/a em Piracicaba, naquele momento histórico, representou o enfrentamento de dificuldades de ordem estrutural, material e política. Ser professora, dada a época, foi um processo ainda mais complexo, pois suas liberdades eram mais cerceadas e as possibilidades de ascensão na carreira muito escassas. Todavia, apesar de Piracicaba carecer de recursos necessários ao provimento de condições ideais para o exercício do magistério, estava bem à frente, nas questões educacionais, em comparação a outras localidades da província/estado de São Paulo. Espera-se, assim, com essa pesquisa, poder contribuir para o resgate e registro de uma parte da história da educação paulista, dentro do contexto piracicabano, dado que há poucas pesquisas voltadas a essa temática e que a documentação até então encontrada aponta grande potencial de investigação.