Formações imaginárias de autores de livros didáticos de física presentes em propostas de atividades experimentais para o ensino médio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silveira, Waldemir de Paula
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/154341
Resumo: O livro didático de Física tem sido alvo de estudos nas últimas décadas, sobretudo devido aos programas governamentais de compra e distribuição de livros. Neste contexto, também tomamos como objeto de análise, livros didáticos de Física, particularmente, a análise de propostas de atividades experimentais presentes nestes livros. Para isso, escolhemos três coleções didáticas de Física do PNLD 2015, sendo as mais distribuídas nas escolas de nível médio de ensino. Nossa análise também incluiu o Manual do professor que acompanha cada volume de cada coleção didática aqui considerada. Nesta investigação, buscamos conhecer, por meio do texto didático, as formações imaginárias que permitem identificar a imagem que autores destas coleções têm do aluno, do professor e dos processos de ensino e de aprendizagem. Neste sentido, este trabalho foi norteado pela seguinte questão de pesquisa: Quais são as formações imaginárias projetadas nos LDF relacionadas aos processos de ensino e de aprendizagem? Decorrentes dessa: Quais são as formações imaginárias relacionadas ao papel do aluno em sua relação com o LDF? Quais são as formações imaginárias relacionadas ao papel do professor em sua relação com o LDF? O referencial teórico-metodológico adotado foi o da vertente francesa da Análise do Discurso, sobretudo os estudos de Michel Pêcheux e Eni Orlandi. Para a caracterização das propostas experimentais dessas coleções didáticas, utilizamos alguns aspectos tomados de Del Carlo e Housome e de Araújo e Abib e para a apresentação de uma síntese dos resultados dessa investigação, utilizamos uma ficha episódica adaptada de Teun A. Van Dijk. Os resultados da análise das propostas experimentais mostraram, com algumas nuances a mesma imagem do aluno, do professor e dos processos de ensino e de aprendizagem nessas três coleções didáticas. Isso porque constatamos a predominância de um mesmo tipo de abordagem experimental que se enquadra no modelo de laboratório didático tradicional. Neste caso, a atuação do aluno está restrita ao cumprimento do que está exposto no roteiro experimental. No Manual do professor, constatamos que essas imagens ganham outras dimensões visto que, nele, os autores defendem o uso de atividades experimentais de caráter mais problematizador e de cunho investigativo que possibilitam um envolvimento maior tanto do aluno como do professor no processo educativo. Verificamos, então, uma discrepância entre as imagens depreendidas das propostas experimentais e as do Manual do professor. Esta discordância pode estar relacionada com as diferentes formações discursivas que atravessam o texto didático. Assim, diferentes vozes ecoam nele como: a dos documentos oficiais de educação brasileiros, a dos critérios obrigatórios e eliminatórios do PNLD, a do mercado editorial entre outras. Neste sentido, concluímos que o discurso subscrito nas propostas experimentais analisadas remete mais a interesses comerciais do que a interesses educacionais.