Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Correia, Lizandra de Oliveira d'Afonseca [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11449/257218
|
Resumo: |
A fibromialgia é uma síndrome dolorosa difusa que acomete cerca de 2% da população brasileira. A falta de validação externa da experiência dolorosa do paciente pode contribuir para o isolamento social e para a solidão nessa população. Estudos evidenciam a solidão como fator de risco para a saúde, assim como o tabagismo e obesidade. Contudo, o estudo da associação entre dor, solidão, isolamento social e o impacto da fibromialgia ainda apresenta importantes lacunas. Desta forma, o presente estudo se propôs a investigar a associação entre a solidão, o isolamento social, a dor e a funcionalidade em pessoas com fibromialgia. Trata-se de um estudo transversal. A coleta de dados ocorreu a partir da divulgação do questionário pelas redes sociais (facebook e instagram). Os critérios de inclusão envolveram idade maior ou igual a 18 anos e o auto-relato de diagnóstico de fibromialgia feito por um médico. Os instrumentos utilizados foram: Escala de Solidão (LS) da UCLA na versão de três itens; Questionário de Impacto da Fibromialgia revisado (FIQR); Escala Numérica de dor (EVN); Escala curta de Rede Social de Lubben (LSNS-6) e um questionário voltado para questões sociodemográficas, de estilo de vida e clínicas. A solidão foi analisada como variável contínua e categórica (ausência de solidão: LS = 0; solidão ocasional: 0 < LS < 4; solidão frequente: LS ≥ 4). O isolamento foi tratado como variável contínua e categórica (isolamento social: LSNS-6 < quintil inferior). A associação da solidão com o impacto total da fibromialgia e a intensidade da dor dos participantes foi avaliada por meio de regressões lineares robustas, simples e multivariáveis. As análises multivariáveis foram ajustadas por um conjunto de 17 a 18 variáveis. Dos 1501 participantes incluídos nesse estudo, 1467 (97,7%) foram mulheres. As análises de regressão multivariada mostraram que a solidão ocasional e frequente estiveram associadas a um aumento de 3,8 (IC95%: 1,63 - 6,00, p<0,001) e 4,71 (IC95%: 2,35 - 7,10, p<0,001) pontos no escore do FIQR, respectivamente. A solidão como variável contínua foi associada ao aumento de 0,10 pontos no escore de dor (IC95%: 0,03 - 0,17, p<0,01). Já a presença de isolamento social foi associada a um aumento de 1,48 ponto (IC95%: 0,01 a 2,96, p=0,04) no FIQR, enquanto o aumento de um ponto na escala LSNS-6 foi associado à redução de 0,04 ponto (IC95%: - 0,06 - 0,01, p<0,01) na escala de dor. Apesar das limitações relacionadas ao desenho transversal deste estudo, seus resultados sinalizam a relevância de estudar e avaliar a solidão e isolamento social entre pessoas com fibromialgia. Como a solidão, o isolamento social, a dor e o comprometimento funcional pelos sintomas da fibromialgia são todos desfechos clinicamente importantes por si só, os resultados são relevantes independentemente de a solidão e o isolamento social causarem níveis agravados de dor e maior comprometimento funcional, ou se níveis aumentados de dor e comprometimento funcional levam a níveis mais elevados de solidão e isolamento social. Os resultados sinalizam a oportunidade de desenvolvimento de ensaios clínicos voltados para a prevenção, avaliação e manejo da solidão e do isolamento social para essa importante população de pessoas com dor crônica. |