Influência do omeprazol sobre processos de dissolução e desintegração gástrica de comprimidos pH-dependente

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Pires, Deivid William
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192189
Resumo: A via oral de administração de fármacos é a mais utilizada devido a maior aceitação pelo paciente e sua fácil administração. Dentre as estratégias de sistema de liberação de fármacos estão os comprimidos revestidos com polímero pH-dependente, da qual o Eudragit E-100 é um polímero de revestimento protetor solúvel em pH <5, utilizado em formas farmacêuticas sólidas para liberação do fármaco no ambiente gástrico. Para que ocorra a liberação do fármaco é necessário que o comprimido revestido passe por processos que antecedem a absorção, tal como a dissolução do revestimento e desintegração. Sendo assim, se ocorrer mudanças no pH fisiológico o processo de dissolução do revestimento gastrossolúvel pode ser comprometido e consequentemente alterar a biodisponibilidade do fármaco. Diante deste cenário, é de grande importância realizar pesquisas que explorem a influencia do aumento do pH gástrico na biodisponibilidade de um fármaco, contido em comprimido com revestimento pH-dependente administrado concomitantemente. Nesta proposta consiste em empregar a Magnetofarmacocinética (MgPK) para avaliar a influencia da alteração do pH gástrico provocado pelo tratamento com omeprazol no processo de liberação de um fármaco modelo administrado pela via oral em comprimidos revestidos com Eudragit® E-100. Foi produzido um lote de comprimidos magnéticos revestidos com Eudragit® E -100 contendo 500 mg de ferrita e 100 mg de metronidazol. O lote foi avaliado através de testes farmacotécnicos e avaliados segundo o perfil de dissolução. Para os experimentos in vivo, cada voluntário foi submetido a duas fases de estudos (placebo e omeprazol), em dias distintos, para avaliar a biodisponibilidade do metronidazol. Os sistemas BAC multissensor e monossensor foram empregados para a avaliação em tempo real in vivo o processo de desintegração do comprimido e avaliar os parâmetros de início da desintegração ou tempo de retenção. As curvas do perfil de dissolução do Metronidazol em função do tempo demostram um deslocamento à direita no eixo do tempo, na medida em que o pH da solução aumenta. Ao analisar os parâmetros farmacotécnicos observa-se que em pH 4,5 e pH 6,0 ocorreu um atraso na dissolução do Metronidazol, mostrando que o aumento do pH interfere nos processos de liberação de comprimidos revestidos com Eudragit® E-100. Nos ensaios in vitro com o sistema BAC, na medida em que o pH do meio de dissolução aumenta, o tempo necessário para pág. 9 dissolver o revestimento aumenta, confirmando que a dissolução do polímero de revestimento utilizado neste estudo é dependente do pH. Nas medidas magnéticas realizadas nos voluntários, foi possível identificar dois perfis distintos: um grupo de participantes (n = 5) nos quais não foi possível caraterizar o processo de desintegração no tratamento com omeprazol, e outro grupo (n = 7) nos quais o processo foi quantificado. Para os participantes elencados no grupo I (n=5), os parâmetros farmacocinéticos obtidos após a administração do omeprazol foram nulos, ou seja, não foi possível obter o perfil de concentração plasmática do metronidazol. Por outro lado, nos participantes elencados no grupo 2 (n=7), foi possível obter valores de tlag, tmax e Início da Desintegração com diferenças significativas, indicando um possível atraso na liberação do fármaco. A abordagem magnetofarmacocinética (MgPK) empregada neste estudo, de forma inédita, contribui para avaliar criticamente o comportamento de uma forma farmacêutica sólida frente a um meio complexo como o TGI do homem.