Entre corpos e lugares: experiências com a Congada e o Tambu em Rio Claro/SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Silva, Elisabete de Fátima Farias [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/146726
Resumo: A experiência, entre 2012 e 2014, com o fenômeno Batuque manifestado pela Congada e pelo Tambu, a partir da com-vivência com o “Grupo Folclórico Congada e Tambu de São Benedito rioclarense” e o grupo/projeto “No Terreiro do Tambu”, de Rio Claro/SP, é aqui descrita no sentindo de compreender a geograficidade (DARDEL, 2011) do fenômeno, entre corpos (MERLEAU-PONTY, 1971) e lugares (RELPH, 2014; TUAN, 1983, 2011). Em Rio Claro/SP, algo chama a atenção: Tambu e Congada tem origens e sentidos diversos, entretanto batuqueiros e lugares em comum, tal peculiaridade justifica a escolha dessa pesquisa que se vale da relação Geografia-Música (PANITZ, 2010) no sentido de compreender os caminhos e encontros que se deram no mundo do Batuque em Rio Claro, a partir da com-vivência com esses dois grupos. Mapeou-se nessa cidade a espacialidade do Batuque entre tempos Passado e Presente a fim de localizar as aproximações e distanciamentos da Congada e Tambu em Rio Claro. Além da experiência geográfica (TUAN, 1983) da pesquisadora nos grupos e lugares, das diversas entrevistas realizadas e do levantamento dos autores que, de algum modo, já abordaram a temática (DEAN, 1977; CASTRO, 2013, 2014; FARIA, 2012; 2014; NASCIMENTO, 2005), buscou-se uma leitura fenomenológica (MERLEAU-PONTY, 1969, 1971, 1996, 2012) da Geografia Humanista (MARANDOLA JR., 2005, 2013, 2014; HOLZER, 2003, 2008, 2011, 2014). No Batuque, tambores e corpos se destacam numa relação existencial, manifestados nos lugares: ao ressoar dos tambores e nos trejeitos dos corpos, a rememoração (HALBWACHS, 2008) dos que primeiro batucaram. O corpo-tambor e o corpo-sujeito se tocam nos lugares e, escolhendo manifestar-se, fazem ser quem são no contato com o outro. Entre trajetos e trejeitos, o divino e o profano, a devoção e o lazer (ELIADE, 2008), o povo clama aos santos negros nas Congadas (ANDRADE, 1959; QUINTÃO, 2007; RABAÇAL, 1976; TINHORÃO, 2012), e umbiga-se celebrando a vida nos Batuques de Umbigada (BUENO et al, 2012; CARNEIRO, 1961; MORETTI, 2012). Em deslocamento (BRANDÃO, 1989) o Batuque se faz entre corpos e lugares: na rua, praça, clube, igreja ou quintal, entre multidões ou para pequenos grupos, em Rio Claro ou em outras cidades batuqueiras. Percebeu-se que na Congada e Tambu pode se haver sentidos diversos em cada manifestação, mas em todas a mesma essência: com-viver pelos tambores. Cada lugar visitado, um contexto, algo a aprender sobre o ritual que envolve o Batuque. Entre várias experiências propiciadas durante pesquisa, escolheu-se descrever as das cidades de Guaratinguetá, Pirapora do Bom Jesus e Aparecida do Norte, algumas das cidades paulistas de fé e Batuque em que o grupo de Congada de Rio Claro se apresentou. Contudo, a transposição da ruidosa e intensa beleza sonora e visual do mundo dos Batuques para o papel foi incompleta, por isso a produção do vídeo realizado (APENDICE) foi uma maneira de trabalhar a questão e compartilhar por outras linguagens a experiência geográfica do fenômeno.