Processo de intervenção psicológica avaliativo-formativo diante as queixas de dificuldades escolares: contribuições da psicologia histórico-cultural e pedagogia histórico-crítica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Salomão, Fabiane Rizo [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/260734
Resumo: A avaliação psicológica é um tema clássico e polêmico na Psicologia, sendo que, desde o final da década de 1970 no Brasil, os processos tradicionais e positivistas de avaliação tem recebido crítica, devido ao reducionismo de suas explicações naturalizantes e psicologizantes sobre o desenvolvimento humano, sendo que a crítica aos testes padronizados e tecnicistas de quantificação da inteligência e mensuração do psiquismo humano tem sido severa. A crítica tem apontado a necessidade de revisão das concepções e métodos utilizados pela Psicologia escolar e educacional para avaliar as queixas escolas de estudantes, pois ainda vemos o fenômeno do fracasso escolar na educação brasileira, fato que tem feito aumentar o encaminhamento de estudantes para avaliação psicológica, levando a produção de laudos que rotulam, estigmatizam e intensificam a medicalização na/da educação. Este cenário nos motivou a sistematizar uma proposta de intervenção psicológica avaliativo-formativa que tenho assumido em minha atuação como psicóloga escolar no CAA (Centro de Avaliação e Acompanhamento) da Secretaria Municipal de Educação de Presidente Prudente e como aprofundamento de nossa pesquisa de mestrado e outras pesquisas que temos participado no GEIPEE (Grupo de Estudos, Intervenção e Pesquisa em Educação Escolar) da UNESP-Presidente Prudente. A citada proposta de intervenção psicológica estrutura-se por meio de atividades lúdicas e educativas (ludopedagógicas) e assume os pressupostos da Psicologia histórico-cultural em diálogo com a Pedagogia histórico-crítica, iluminada pelos princípios filosóficos do materialismo histórico-dialético, considerando a necessidade de avaliação de crianças que têm sido encaminhadas para serviços de psicologia, devido a queixas escolares de dificuldades de aprendizagem e problemas de comportamento. Defendemos a tese da necessidade de sistematização e aplicação de um processo de intervenção histórico dialético que seja avaliativo e formativo, com objetivo de favorecer a identificação do nível efetivo de desenvolvimento e avanço no plano potencial dos sujeitos, enfatizando ações lúdicas e educativas por meio de jogos e brincadeiras como mediadores do desenvolvimento de funções psicológicas como linguagem, pensamento, sentimentos, dentre outras funções essenciais para o desenvolvimento de capacidades psíquicas que possibilitem aos estudantes o enfrentamento consciente e crítico das queixas escolares, para que possam avançar no seu processo de escolarização. O objetivo principal é contribuir para a produção de conhecimentos teórico-práticos que respaldem o trabalho da psicóloga(o) do professor (a) na educação escolar, assim como, instrumentalizar os familiares/responsáveis dos estudantes na ressignificação da queixa escolar. Os caminhos metodológicos da pesquisa se respaldaram na pesquisa teórico-bibliográfica e documental, assim como, pela análise de situações exemplo de estudantes acompanhados no CAA, sendo que, para aprofundamento dos dados, estudamos o caso de uma criança que participou de um processo interventivo avaliativo-formativo no CAA. Os dados da pesquisa foram coletados a partir da observação-participante, registros escritos e fotográficos, conversas e entrevistas com os pais e professores. Os resultados apontam os avanços na linguagem, pensamento, expressão de emoções e sentimentos, assim como, no processo de aprendizagem da leitura e escrita da criança sujeito do estudo.