Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Carvalho, Vanessa Rafaela de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/204378
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Resumo: |
O vírus da dengue é um arbovírus da família Flaviviridae, gênero Flavivirus, transmitido no Brasil principalmente pelo mosquito Aedes aegypti (Diptera: Culicidae). A dengue é considerada uma das doenças mais infecciosas no mundo e de maior crescimento nos últimos anos, com impactos sociais e econômicos devido às altas taxas de morbidade e mortalidade desencadeadas pela infecção. A transmissão do vírus DENV por mosquitos vetores está diretamente relacionada à sua competência vetorial, isto é, a permissividade à infecção, replicação e transmissão do patógeno. Estas características têm sido associadas a fatores genéticos e a microbiota intestinal do inseto. As bactérias presentes no intestino médio são componentes-chave da competência do vetor, uma vez que o microbioma do mosquito altera características fisiológicas importantes como feminização, auxiliam na digestão, regulam a imunidade e o desenvolvimento do hospedeiro. Compreender como a microbiota intestinal influência a competência vetorial é fundamental para elucidar o controle da propagação das doenças transmitidas por estes vetores. No município de Botucatu, SP foram capturados larvas de mosquitos de Ae. aegypti e analisou-se a composição da microbiota intestinal sob diferentes dietas (açúcar ou açúcar e sangue), estágios de desenvolvimento e em resposta à infecção pelo vírus da Dengue tipo 4, através do sequenciamento de nova geração da região hipervariável V4 do gene 16S rRNA. Foram detectados um total de 2736 unidades taxonômicas operacionais e quatro filos Proteobacteria, Bacterioidetes, Firmicutes e Actinobacteria. Os resultados evidenciaram que moduladores da diversidade da microbiota, como os estágios de desenvolvimento, a idade e dieta possuem potenciais implicações na diversidade bacteriana presente no intestino dos mosquitos. Os estágios de desenvolvimento têm efeito direto nas alterações da microbiota intestinal de Ae. aegypti, enquanto a microbiota de mosquitos machos e fêmeas apresentou diferenças, independentes da dieta. O fator dieta tem uma forte influência na alteração da microbiota uma vez que a alimentação sanguínea reduz a diversidade bacteriana intestinal. Os mosquitos infectados com DENV-4 tiveram microbiota mais homogênea e após 96 horas de ingestão do alimento, ocorreu restabelecimento na microbiota. Os resultados obtidos nesse estudo permitem compreender melhor os microbiomas do intestino médio do mosquito e podem auxiliar no entendimento do microbioma de mosquitos suscetíveis e refratários, bem como contribuir para o desenvolvimento de novas estratégias de controle do vetor e/ou redução da transmissão de arbovírus. |