Análise de esteróides isolados do veneno de Rhinella marina (Sapo-cururu) na indução de apoptose em câncer cervical associado ao Papilomavírus Humano (HPV)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Brandi, Juliana Cristina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/242889
Resumo: O câncer cervical é o terceiro tipo mais comum entre as doenças oncológicas femininas no mundo. A cada ano, mais de 300.000 mortes são registradas por câncer do colo do útero associado ao vírus do papiloma humano (HPV), que por sua vez é um dos principais agentes das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), que infectam mais de 80% das pessoas em algum momento de suas vidas. Embora 90% das infecções por HPV regridam naturalmente em dois anos, 10 a 20% terão uma infecção persistente. Considerando a baixa adesão vacinal em todo o mundo e a ausência de uma terapia antiviral comercial, o uso de compostos naturais, direcionados às vias celulares que são desreguladas pela infecção pelo HPV, pode ser relevante para a descoberta de novos fármacos. Rhinella marina também conhecida popularmente como sapo-cururu é uma das espécies venenosas mais encontradas no continente australiano e na América do Sul, cujo veneno é extraído para o isolamento de inúmeras substâncias puras. Vários estudos tem avaliado compostos isolados do veneno do sapo-cururu australiano, retirado da secreção da glândula parótida, que contêm compostos denominados bufadienolideos, contendo marinobufagina (MBG) (C24H32O5), telocinobufagina (TBG) (C24H34O5) e bufadienotoxinas como a marinobufotoxina (MBT) (C38H56N4O9). Neste estudo, as linhagens celulares de câncer cervical HPV positivas (SiHa e CasKi), HPV negativas (C-33A) e queratinócitos da pele imortalizados espontaneamente (HaCaT) foram tratadas com MBG, TBG e MBT. A citotoxicidade foi avaliada em diferentes concentrações (7,81uM, 15,62uM, 31,25uM, 62,50uM e 125uM), realizada pelo do ensaio MTT. Concentrações capazes de inibir a viabilidade celular em 50% das células tratadas, bem como o índice de seletividade (IS) foram calculados para todos os experimentos. Em seguida, foi avaliado o potencial apoptótico pela determinação dos níveis de caspases 3/7, por luminescência (Promega). O ensaio de MTT demonstrou menor viabilidade das células SiHa tratadas com MBG (CI50 de 12,4uM, IS de 12,89). Os níveis das caspase 3/7 foram significativamente maiores para células SiHa tratadas com MBG, quando comparados às demais linhagens celulares. Portanto, MBG foi a substância que apresentou maior capacidade de reduzir a viabilidade celular, em 24 horas de tratamento (CI50 12,4uM), induzindo apoptose dependente de caspases para células SiHa. Os resultados foram confirmados posteriormente por imagens de fluorescência utilizando Hoescht e LDR. Em conclusão, a MBG demonstrou um efeito apoptótico seletivo para células SiHa e deve ser explorado futuramente como um potencial agente terapêutico para o câncer cervical associado ao HPV16.