Avaliação da eficácia e da citotoxicidade in vitro do ácido ursólico e sua incorporação em emulsão cosmética

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Colombo, Fernanda Cardoso [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/154772
Resumo: O aumento da preocupação com a estética e saúde corporal vem elevando a demanda por produtos cosméticos contendo ativos que previnam o envelhecimento e outras alterações cutâneas. O ácido ursólico (AU), ativo natural extraído de plantas como o alecrim e o manjericão, tem se demonstrado interessante para incorporação em cosméticos por possuir potencial antioxidante, despigmentante, propriedade antimicrobiana, entre outras. Este trabalho teve como objetivo avaliar a possibilidade da utilização do AU como um ativo cosmético multifuncional através da avaliação da eficácia e citotoxicidade in vitro do AU, bem como o preparo e avaliação de uma emulsão contendo o ativo. O potencial antioxidante do AU foi avaliado por meio de métodos de inibição de radicais como o 1,1-difenil-2-picrilhidrazila (DPPH•) e o 2,2 -azino bis-(3-ethylbenzothiazoline)-6-sulfonic acid (ABTS•+), tendo demonstrado atividade antioxidante, com IC50 de 235,61 µg/mL para técnica com DPPH• e 107,17 µg/mL para técnica com ABTS•+. A atividade despigmentante foi verificada através da inibição da enzima tirosinase, utilizando 3,4-dihydroxy-L-phenylalanine (L-DOPA) como substrato, e apresentando como resultado um IC50 de 338,00 µg/mL. Para a avaliação da atividade antimicrobiana diversas cepas foram testadas a partir da determinação da concentração inibitória mínima (CIM) pela técnica de diluição em microplacas, e da concentração bactericida mínima (CBM) pela replicação em placa de Petri, seguindo suplemento M100-S16 do CLSI. O AU demonstrou atividade antimicrobiana frente a cepa S.aureus com CIM de 25 μg/mL e CMB de 50 μg/mL; para S. epidermides com CIM de 25 μg/mL e CBM de 50 μg/mL; para E.coli, com CIM de 50 μg/mL e CBM de 50 μg/mL; a cepa P. aeruginosa revelou uma CIM de 25 μg/mL e CBM= 0. O potencial citotóxico in vitro foi avaliado através de técnica utilizando o corante 3-(4,5-dimethyl-2-thiazolyl)- (MTT) e queratinócitos humanos metabolicamente incompetentes, não tendo demonstrado citotoxicidade às células em uma concentração máxima de 50 µg/mL. Para incorporação em cosmético foi escolhida uma emulsão de alta estabilidade e como técnica de controle de qualidade do AU nessa emulsão foi desenvolvida e validada uma metodologia analítica por CLAE, utilizando os preceitos de química verde. Um estudo de estabilidade preliminar da emulsão preparada foi conduzido a fim de se avaliar a estabilidade do AU em uma emulsão estável frente a condições extremas, como temperaturas de 25, 40 e 5 ºC, luz indireta e ciclos de congelamento/ descongelamento. A emulsão preparada com AU demonstrou estabilidade para as características de pH e viscosidade, e com relação ao teor, foi mais estável a temperatura de 25 e 5 ºC. O AU, através dos ensaios in vitro realizados demonstrou caráter antioxidante, despigmentante e antimicrobiano, não sendo observada citotoxicidade às células utilizadas na faixa de concentração testada, além de ter demonstrado certa estabilidade na emulsão de escolha. Como pôde ser observado, este composto multifuncional demonstrou características in vitro de grande interesse para ser utilizado como ativo cosmético de uso tópico e possivelmente como um agente antimicrobiano, sendo assim necessário estudos mais aprofundados que possam garantir sua completa segurança e eficácia de uso.